A adoção mudou a vida da Fernanda Folha de Farias, que tinha o desejo antes mesmo de tentar ter um filho biológico. Em 2016, Fernanda engravidou, mas perdeu a filha que nasceu prematura e não resistiu. O ocorrido só fortaleceu o sonho do casal, que está junto há 9 anos.
Fernanda, que mora no Setor Residencial Village Garavelo em Aparecida, iniciou o processo de adoção em junho do ano passado. Em dezembro foi conhecer o José Leandro, de 5 anos, que estava no abrigo Dom Fernando. O menino passou as festas de fim de ano e as férias com o casal, o que possibilitou uma maior aproximação e estreitou o vínculo com toda família.
Em fevereiro, mais uma notícia boa. Fernanda recebeu a guarda provisória de José Leandro. Atualmente, a mãe aguarda a conclusão da destituição da criança para finalizar o processo e registrar o filho. A criança possui deficiência, mas Fernanda garante que essa questão tem sido mudada com o convívio familiar, com amor e com o incentivo de todos, fazendo ele desenvolver cada vez mais.
A história da Fernanda foi contada durante o I Encontro Municipal sobre Adoção de Crianças e Adolescentes, que aconteceu nesta sexta-feira, 25, na Praça CEU das Artes Orlando Alves Carneiro, na Cidade Vera Cruz. O evento é uma iniciativa da Secretaria de Assistência Social (Semas), por meio Superintendência Municipal de Proteção Social Especial, e teve como objetivo celebrar o Dia Nacional de Adoção, promovendo debates e a conscientização sobre o tema.
Durante o encontro, o prefeito Gustavo Mendanha contou a história do seu irmão Reginaldo, o ‘Branco’ como é conhecido. “Conheci ele durante o período que passei pelo Aparecidense. Ele é de Marabá (PA) e veio para Aparecida jogar futebol. Enquanto estava aqui, recebeu a notícia que a mãe adotiva havia falecido no Pará. Ele não sabia o que fazer, foi quando eu pedi permissão ao meu pai para ele ficar em casa por 30 dias, ele ficou 7 anos. Só saiu quando casou”, lembrou o prefeito.
A secretária Assistência Social e primeira-dama, Mayara Mendanha, destacou que o papel do município é acolher, cuidar e garantir as condições necessárias para as crianças e adolescentes serem adotadas. “Queremos orientar as pessoas sobre o processo de adoção, sensibilizar a comunidade e o cidadão sobre esse tema pouco debatido, mas de suma importância”, apontou.
O encontro contou ainda com a presença do vice-prefeito Veter Martins; juíza da Vara da Infância e Juventude Stefane Fiuza; secretários municipais e conselheiros tutelares. Na ocasião, o defensor público do Estado de Goiás e especialista em Direito da Criança e do Adolescente, Tiago Gregório, ministrou uma palestra sobre o assunto e esclareceu dúvidas sobre o processo de adoção.
Elita, mãe de três irmãos
Elita Paula também teve sua história transformada após iniciar o processo de adoção. No início, ela queria um recém nascido de até 1 ano de idade, mas mudou o perfil ao longo do processo e acabou adotando três irmãos: o João Mateus, de 16 anos, Kauan Lúcio, de 14 anos, e o Pedro Henrique, de 12 anos.
Os meninos estavam no Abrigo Dom Fernando, onde Elita e o esposo começaram a aproximação. Durante quatro meses, os irmãos passavam o dia na casa dela e retornavam para abrigo, mas quando o período de férias chegou, eles foram e estão lá até hoje. Isso aconteceu há quatro anos.
Elita alerta que algumas pessoas erram ao se apegar à história e não às crianças. “O importante não é focar na origem delas, se são fruto de traição ou de um estupro, por exemplo, mas na criança porque a história dela é você que vai construir após a adoção. Um nova história juntos, as crianças e a família adotiva”, ressaltou.
A secretária de Assistência Social, Mayara Mendanha, se emocionou com a história da Elita e falou sobre o preconceito que as pessoas têm em relação a adoção tardia. “É muito triste uma criança ter que sofrer duas dores, a da rejeição da família e a dor de chegar numa certa idade e não ser adotado. Por isso, nós devemos unir forças para amenizar essa situação”, finalizou.
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