Projeto visa ocupar áreas públicas ociosas com cultivo de alimentos, além de encrementar as atividades socioeconômicas do município.
Aparecida de Goiânia, 1º de março de 2016 – A segunda etapa do Programa Especial Proteção de Nascentes – realizado em parceria com a Federação da Agricultura, Pecuária de Goiás (Faeg), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) – e iniciado em setembro do ano passado, foi lançada hoje, 1º de março, com o cultivo de uma área de 2,5 alqueires, no setor Rosa dos Ventos. Esta etapa denominada Agricultura Urbana, consiste na ocupação de áreas públicas ociosas, promovendo o incremento de atividades socioeconômicas de forma sustentável e a mudança da paisagem urbana.
“Fomos desafiados pela Faeg/Senar a fazer três projetos importantes para Aparecida, que é proteger as nascentes; desenvolver a agricultura urbana, que acaba sendo familiar; e a psicultura, que é a terceira etapa desse programa e que ainda vamos implementar. O certo é que nós vamos ocupar os espaços vazios, que não são poucos aqui em Aparecida, com essas atividades e a Regulação Urbana pilota o projeto ao lado de outras secretarias”, explicou o prefeito Maguito Vilela.
O Programa Especial Proteção de Nascentes tem apoio ainda da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária – EMATER, e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre outros parceiros. Sua primeira etapa, formalizada em setembro de 2015, consistiu no fechamento, identificação e recuperação das áreas de preservação do município, trabalho que continua em andamento, envolvendo diretamente as secretarias de Meio Ambiente, Governo e Integração Institucional, por meio de sua Superintendência de Defesa Civil; Desenvolvimento Urbano; e Regulação Urbana.
A secretária de Regulação Urbana, Cilene Alves, explica que nesta segunda etapa do programa, que é a ocupação das áreas urbanas ociosas, cada área escolhida terá um parceiro. “A colheita será destinada à essa entidade, sendo 10% repassado ao Banco de Alimentos do município, que vai para a alimentação dos trabalhadores urbanos, Cmeis e escolas”, informou a secretária. Segundo ela, três áreas iniciam o cultivo nesta terça-feira: a do setor Rosa dos Ventos, cujo parceiro que cuidará do cultivo é a Associação Comunitária Lapidando Tesouros, e duas áreas no Parque Itamaraty e Jardim Belo Horizonte, que serão cuidadas por comunidades religiosas de cada bairro.
Recuperação e reinserção por meio do trabalho
Para o presidente da Associação Lapidando Tesouros, que abriga atualmente 80 homens em recuperação de dependência química, a parceria com a Prefeitura e o sistema Faeg/Senar é importante não só para ocupar o tempo dos internos, mas também proporcionar capacitação. “Somos a única casa de recuperação gratuita de Goiás, para pessoas que não tem realmente condições de pagar um tratamento de dependência. A parceria vai nos ajudar na alimentação da casa e é um meio de ocupar o tempo deles, ocupar a mente, aprender uma profissão também, que vai ser benefício pra eles depois do tratamento de dependência química”, contou Gildeon.
São pessoas como Thiago Alves, que diz estar aprendendo muito com o projeto. “Eu cheguei e falei ‘nossa, fazer cerca não tem muito o que aprender’, mas realmente tem sim. É uma coisa que vou levar pro resto da minha vida, porque quando tiver algum trabalho manual pra fazer lá (na Associação), aprendi a fazer correto”, avaliou o jovem de 27 anos. “Aprendi que tem como ter mudança. A gente fica na rua, não é vida pra ningué,. Vim pra cá e estou aprendendo várias coisas, tive meus sonhos de volta”, resumiu.
Assim como o Thiago e os demais internos da Associação Lapidando Tesouros, todos os parceiros que tiverem interesse em implantar o projeto de Agricultura Urbana em sua região passarão por capacitações oferecidas pela Faeg/Senar. Além de técnicas de cultivo do solo, construção de cercas, recomposição de solo, eles aprendem uma técnica denominada hidroponia, que é o cultivo de hortaliças sem utilização de solo, para aproveitamento de outros espaços em suas próprias instituições, escolas e igrejas. O primeiro curso foi ministrado na Diretoria de Parques e Jardins, espaço cedido pelo secretário de Desenvolvimento Urbano, Rodrigo Caldas.
“Desenvolvemos esse projeto para todo o Estado de Goiás, e aqui em Aparecida encontramos um ambiente extremamente favorável para estabelecermos essa parceria. O objetivo, além de manter esses espaços urbanos limpos, é poder produzir alimentos saudáveis. Queremos crer que esse seja um modelo que possa ser expandido por todos os municípios do Estado de Goiás e também pelo Brasil”, avalia o presidente do Sistema Faeg/Senar, e também vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), José Mário Schreiner, que participou da solenidade.
Vereadores e secretários da administração municipal também prestigiaram o lançamento do projeto Agricultura Urbana. “20% apenas das terras férteis do Brasil são destinadas à agricultura urbana e familiar. Então esse projeto é muito importante para toda a nossa cidade e precisa se expandir pra outras regiões”, contextualizou o vereador Cláudio Batista, líder da região do Rosa dos Ventos, que falou em nome dos demais parlamentares.
Produção variada e saudável
Inicialmente, o Projeto Agricultura Urbana cultivará mandioca e feijão de corda. “Mas temos perspectivas de receber mais sementes da Embrapa, como abóbora, maxixe e quiabo, que são culturas que dão muito certo em meio à mandioca e feijão, aproveitando ainda mais os terrenos”, explica Cilene Alves. Ela contou ainda que o projeto testará um adubo orgânico, denominado Finus de Micaxistos (FMX), popularmente conhecido como pó de rocha, doado pela Pedreira Araguaia e que já foi espalhado nas três áreas cultivadas. “O FMX atuará corrigindo as propriedades do solo e adubando”, destacou.
O projeto teve ainda apoio do Lions Clube, que doou quatro matracas para o plantio das lavouras; da Aprago, que cedeu outros tipos de máquinas ao município; e de Furnas, que cedeu a primeira área, no setor Rosa dos Ventos.
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