Tratamento com técnicas de origem oriental ajuda a diminuir a dor, o uso de remédios e traz qualidade de vida aos pacientes da rede municipal de Saúde
A Prefeitura de Aparecida é a única de Goiás que oferece à população o serviço de Acupuntura no Sistema Único de Saúde (SUS). A técnica milenar tem origem oriental e se baseia no estímulo à produção de endorfinas e de substâncias analgésicas pelo cérebro, por meio de impulsos elétricos do sistema nervoso periférico espalhados pelo nosso corpo. O serviço é disponibilizado gratuitamente pelo Ambulatório Multiprofissional de Aparecida de Goiânia (AMAG) e tem resolvido diversos problemas agudos e trazido qualidade de vida a muitos pacientes em situação crônica. Para isso, o usuário precisa ser encaminhado por um especialista em Ortopedia da rede municipal de Saúde, geralmente como parte complementar ao tratamento de fisioterapia. Quem usa fica cada vez mais satisfeito ao final de cada sessão e diz que nem sente as pequenas agulhas utilizadas pelo profissional.
Durante dois dias da semana a unidade oferece o serviço a pessoas previamente cadastradas, que são enviadas pela Superintendência de Regulação, Avaliação e Controle da SMS. “Para mim funciona como um serviço complementar, que auxilia a medicina tradicional. Eu recomendo, porque é um meio menos agressivo de tratar vários problemas. O médico é super atencioso e profissional e tem sempre o cuidado de explicar todo o procedimento. Hoje, por exemplo, ele trabalhou em dois pontos que influenciam na minha diabetes, que estava um pouco descompensada. Me explicou que tudo tem origem emocional e pegou os pontos que me acalmam e que favorecem a produção de insulina pelo pâncreas. Eu também tenho fibromialgia e o tratamento de acupuntura é excelente para controlar a minha dor. Eu hoje sou outra pessoa” – explica a paciente Gilvânia Aparecida Astrol.
“O mecanismo de ação da acupuntura é uma coisa muito nova para nós do ocidente mas vem sendo aperfeiçoado há mais de 5 mil anos pelos orientais. Ele basicamente trabalha na parte do sistema nervoso e endocrinológico. A pessoa consegue estabilizar e dar uma equalizada no funcionamento do corpo. Nosso foco principal aqui é a questão da dor, de diminuir a dor em nossos pacientes. Vários dos pacientes com problemas articulares crônicos de coluna relatam que, assim que começam a realizar as seções, as dores começam a diminuir e passam também a dormir melhor e sentir menos estresse” – pontua o médico Lúcio Mauro Vasconcelos, especialista em Saúde da Família e pós-graduado em Acupuntura e Endoscopia Digestiva Alta.
Ele explica que na China, de onde veio a técnica, os profissionais da acupuntura relacionam o tratamento às chamadas energias do corpo e que essas energias são nada mais nada menos do que impulsos elétricos do sistema nervoso periférico. “Nós evitamos falar sobre os chamados “canais de energia” porque pode gerar descrédito. Aqui no ocidente as pessoas são mais objetivas e precisam de explicações e essas explicações não podem ser confundidas com esoterismo. Mas a explicação é que estamos trabalhando com o sistema nervoso periférico e estimulando o eixo endocrinológico da pessoa para provocar a produção de substâncias que vão ajudar no controle da dor e ajudar no seu bem estar” – explica.
“Então, quando colocamos a agulha em certos locais, estamos estimulando alguns pontos relacionados ao sistema nervoso que vão levar um estímulo ao cérebro. O cérebro, ao reconhecer esse estímulo, envia uma resposta. Essa resposta é a produção de endorfinas e substâncias analgésicas que ajudam no controle da dor. O mecanismo é esse” – resume. O médico explica também que o tratamento com a acupuntura ajuda a evitar a quantidade excessiva de remédios dos tratamentos convencionais. Segundo ele, essa quantidade excessiva muita vezes acaba atacando o estômago, o fígado e os ossos. “Muitos colegas recomendam o nosso tratamento para ajudar a melhorar o quadro geral de seus pacientes sem a necessidade de remédio. Claro que cada caso é um caso. Alguns tratamentos são mais rápidos e outros prolongados. Há casos em que os pacientes acabam precisando da acupuntura para o resto da vida” – completa.
Lúcio Mauro conta, por exemplo, sobre um de seus pacientes, um rapaz que sofreu atropelamento e que tem um quadro crônico. “O que alivia as dores da coluna dele é a acupuntura. Após o início do tratamento ele diminuiu a quantidade de remédios que toma para dormir, antidepressivos. Ele conta que no dia em que não consegue vir por algum motivo a dor toma conta de seu corpo”. O médico explica que a média para pacientes com dor aguda sentirem uma melhora na qualidade de vida é entre 10 e 20 seções. “Nós sempre explicamos o paciente sobre o procedimento porque a acupuntura é uma técnica diferente de se tratar a saúde. Para nós ocidentais os tratamentos muitas vezes acabam sendo apenas com injeções, comprimidos e cirurgias. Mas a maioria dos nossos colegas aqui do SUS e também da rede privada já conhecem e respeitam as técnicas da medicina oriental e acabam indicando o serviço. Por parte dos pacientes a aceitação é excelente e a procura é enorme”.
Diferenças culturais
O médico explica que vários dos conceitos de saúde trabalhados pela medicina oriental, e que muitas vezes são confundidos pelos ocidentais como sendo apenas esoterismo, se assemelham às bases da Saúde da Família, um dos pilares de Atenção Básica do SUS. “Eles se preocupam com cada detalhe da vida dos pacientes. Assim como os nossos médicos da Estratégia Saúde da Família (ESF), os médicos orientais também perguntam sobre o cotidiano dos pacientes, a alimentação, sobre sua criação, a até mesmo sobre seus pais. Pensando dessa forma fica mais fácil compreender, por exemplo, o conceito das chamadas “energias dos espíritos ancestrais”. Eles são, nada mais nada menos, do que nossas heranças genéticas. Já as chamadas “energias do solo”, por exemplo, dizem respeito à nossa alimentação, àquilo que consumimos”.
Ele conta também que existem diversas dessas chamadas “energias”, a que os chineses, japoneses, indianos, coreanos, e todos os estudiosos da medicina oriental se referem. E que essas energias são apenas o conjunto de hábitos e de influências desses hábitos e também a forma como se manifestam em nossa saúde. “No final das contas as preocupações são as mesmas. Mas no caso dos orientais, o estudo sobre o sistema nervoso periférico é muito mais antigo e sofisticado do que o nosso. Em uma parte do tratamento, inclusive, as agulhas recebem estímulos elétricos, para que sejam potencializados. Mas os pacientes orientais também são mais conscientes e isso é cultural. Sabem que necessitam ter um estilo de vida mais saudável, justamente para se evitar o uso de remédios e de tratamentos caros e desgastantes” – lembra.
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