Áreas de risco e erosões de Aparecida passam por mapeamento geológico

Por Daniela Ribeiro

18 de julho de 2017

Por Daniela Ribeiro

18 de julho de 2017


Foto: Divulgação Defesa Civil

Aparecida de Goiânia, 17 de julho de 2017 – Com o objetivo de prevenir acidentes e promover uma melhor qualidade de vida aos moradores de Aparecida de Goiânia, está sendo realizado o mapeamento geográfico do solo. O projeto do governo federal está sob a responsabilidade do Serviço Geológico do Brasil, com apoio da Defesa Civil do município. A equipe de geólogos está percorrendo as áreas consideradas de risco da cidade e as que apresentam erosões para catalogar e promover ações de prevenção nessas áreas.

“O prefeito Gustavo Mendanha recebeu o grupo de pesquisa no início dos trabalhos, no final de junho, e disse para darmos todo o suporte necessário para a equipe de análise, pois somos os mais interessados em saber quais áreas, além das que já conhecemos, estão apresentando problemas de solo. Após a primeira fase do mapeamento será possível fazer uma leitura mais dinâmica no que refere ao uso e ocupação do solo, que aliará ao estudo da Defesa Civil”, destacou o superintendente de Defesa Civil do município, Juliano Cardoso.

A equipe da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) vistoriou mais de 50 pontos, entre eles a Serra das Areias, e foram mapeadas as áreas com desabamento de terra, processos erosivos, áreas de alagamento, corte de solo e demais locais vulneráveis. “Estamos promovendo o mapeamento do meio físico, fazendo análise do solo, da natureza e qualificando as questões de risco e destacando as características geológicas do município e na primeira análise foi observado que o solo de Aparecida é propício e naturalmente suscetível para formações de erosões e voçorocas”, salientou o superintendente regional da CPRM, Luiz Fernando Magalhães.

Um dos fatores considerados primordiais pela equipe de geólogos para redução dos pontos erosivos é melhorar a execução da drenagem das águas das chuvas e a necessidade de aprimorar a forma de lançamento da captação nos córregos do município. “Outra irregularidade que ajuda na causa das voçorocas e erosões é o despejo irregular de entulhos e materiais de construção civil. Caso o poder público não se atente para mudar essa realidade e promover uma ocupação ordenada, daqui 10 anos ou menos, a natureza vai cobrar a conta”, salientou Luiz Fernando.

 Fases – O Projeto de Mapeamento Geológico de Aparecida de Goiânia possuem três fases. A vinda dos geocientistas ao município consiste na primeira fase, que é a setorização de risco emergencial geológico em áreas urbanizadas. Após a finalização desta parte dos trabalhos, o resultado, que depende também de análise de dados repassados pelas secretarias municipais, é apresentado para o prefeito que realizará ações e possíveis revisões do Plano Diretor, visando reduzir os riscos de erosões mais sérias que possam causar tragédias. A previsão de conclusão desta fase é para o fim de agosto.

A segunda fase será a criação de cartas de suscetibilidade do movimento gravitacional de massa corrida e das enxurradas e inundações que será feita tanto na área urbana como na rural. Já a terceira fase será a execução de cartas geotécnicas de aptidão urbana, visando a urbanização frente aos desastres que podem ser usadas na revisão do Plano Diretor, dando dicas de onde é seguro urbanizar. “Esta fase é necessária principalmente devido aos muitos vazios urbanos existentes na cidade e que, caso sejam fora de área de risco, possam ser ocupados”, salientou.

Integram a equipe os geocientistas Rodrigo Luiz Gallo Fernandes, Vivian Athaydes Canello Fernandes e Deyna Pinho Tiago Duque, da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que é uma Empresa Pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia com as atribuições de Serviço Geológico do Brasil. Para o suporte aos pesquisadores, foram destacados os agentes de Defesa Civil Roneiron Souza, Priscila Ribeiro e Marivânia Farias. Vivian salientou ainda que um dos problemas observados na cidade e que trazem riscos para a população são os recortes e aterramentos irregulares.

“A população tem a mania de aterrar ou fazer recortes nos terrenos antes de iniciar uma construção com o objetivo de nivelar o solo. E essa ação pode causar grandes tragédias. O correto é intervir o mínimo possível no solo, que diferente do que pensam os moradores, não é firme. Aqui em Aparecida observamos muitas ações irregulares e um terreno onde o recorte atingiu os 90 graus e a casa corre o risco de desabar no lote abaixo, pois a terra vai procurar um caminho para ir e o trajeto natural é o deslizamento”, alertou Vivian Athaydes.

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