Regras sanitárias ainda estão em vigor na cidade como distanciamento, uso de máscara, e horários determinados de funcionamento
Após avaliação da nota técnica apresentada pela Secretaria Municipal de Saúde, o Comitê de Prevenção e Enfrentamento a Covid-19 de Aparecida, decidiu, por unanimidade, suspender o Isolamento Social Intermitente Regionalizado no município. A decisão foi tomada em reunião extraordinária, por videoconferência, realizada na manhã desta quinta-feira, 06.
De acordo com o secretário de Saúde de Aparecida, que também coordena o Comitê, Alessandro Magalhães, a suspensão entra em vigor após a publicação da portaria 059/2020 no Diário Oficial Eletrônico (DOE). O secretário explica que o cenário atual que Aparecida vive em relação à Covid-19 mostra que as ações da gestão municipal no enfrentamento ao Coronavítus como a testagem em massa da população, ampliação dos leitos de UTI e Semi-UTI na cidade e também o monitoramento dos pacientes positivos e que são do grupo de risco foram assertivas.
Nota Técnica da Secretaria Municipal de Saúde deu sinal favorável a suspensão do escalamento, com a necessidade do cumprimento das seguintes recomendações: 1) a manutenção das regras sanitárias determinadas aos estabelecimentos que foram autorizados a funcionar; 2) a não reabertura de novos segmentos que, a partir desta nota técnica, não estão autorizados a funcionar, a fim da Saúde Municipal monitorar o impacto da suspensão pelos próximos 14 dias e; 3) a manutenção da testagem em massa com o objetivo de apresentar o cenário real de contaminados diariamente.
“Temos dois possíveis gatilhos para retomar o escalonamento que é a taxa de ocupação passando dos 80% por três dias seguidos e se a média móvel de casos ativos oscilar positivamente mais do que 15% nos próximos 14 dias. Ou seja, se casos ativos que estão com a doença em atividade, aumentar mais de 15%, podem pressionar mais o sistema de saúde”, comentou o secretário Alessandro Magalhães.
O Comitê de Prevenção e Enfrentamento a Covid-19 de Aparecida, coordenado pelo secretário de saúde, Alessandro Magalhães, foi criado em 16 de março, e fazem parte dele as secretarias municipais, Ministério Público do Estado de Goiás, Câmara de Vereadores, Defensoria Pública, OAB Subseção Aparecida, Associação dos Feirantes de Aparecida, Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag), Sesi/Senai, Sebrae Regional Aparecida e Federação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte em Goiás (Femicro-GO).
Fiscalização
Com a suspensão do escalonamento a fiscalização para averiguar o cumprimento dos protocolos de cuidados sanitários vai continuar, pois a única mudança com essa suspensão, segundo a SMS é de que os comércios não precisarão mais fechar um dia da semana, mas o restante das regras continua valendo, como horário de funcionamento de shoppings, galerias, academias e restaurantes, escalonamento por fileira em feiras e o não funcionamento de bares e quadras de atividades coletivas como futebol.
“Vamos manter a nossa fiscalização, notificação, multas e cassação de alvará para aqueles que não tiverem cumprimento as determinações. E se o cenário na cidade piorar e a população não contribuir com as normas sanitárias a gente tem que ter responsabilidade e voltar imediatamente com o escalonamento regional”, destacou o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães.
Esta fiscalização continua por conta do Grupo Operacional de Enfrentamento ao Coronavírus, que percorre as ruas e comércios de Aparecida desde o mês de abril, quando foi iniciada a Retomada Responsável das atividades econômicas.
Escalonamento Regional
Todas as ações tomadas pela gestão municipal foram embasadas em estudos técnicos da Secretaria de Saúde, pesquisas e recomendações de órgãos e entidades científicas como a Organização Mundial da Saúde (OMS) Ministérios da Saúde e outros. Em junho, seguindo a matriz de risco do Ministério da Saúde, com uma escala de cenário de verde a vermelho, o município adotou então o Isolamento Social Intermitente com o Escalonamento Regional. Desta forma, a cidade foi dividida em 10 macrorregiões.
No cenário verde-risco baixo, a cada dia da semana de segunda a sexta-feira, duas delas precisariam ficar fechadas totalmente, incluindo alguns serviços essenciais como supermercados, padarias e postos de combustíveis. No cenário amarelo-risco moderado, que é o que a cidade se encontra atualmente, duas macrorregiões continuam fechando uma vez de segunda a sexta-feira e também aos domingos. Caso suba para o cenário laranja-risco alto, as macrozona fecham dois dias de segunda a sexta-feira e também aos sábados após as 13h e aos domingos o dia todo. Já no cenário vermelho-risco altíssimo, considerando 14 dias (duas semanas), a cidade tem o comércio fechado regionalmente por 10 dias, ficando apenas 4 dias abertos, de modo intercalado.
Segundo a Secretaria de Saúde de Aparecida os principais gatilhos para mudança de cenários são a taxa de ocupação de leitos de UTIs e o aumento de contágio entre a população. Nos últimos dias, a taxa de ocupação de leitos de UTIs públicas ficou entre 60 e 70% e os leitos privados em 100%. As decisões foram tomadas com o objetivo de preservar vidas e salvaguardar empregos e renda, conforme orienta a Organização Mundial da Saúde.
Ações evitam colapso na saúde
Nos últimos cinco meses, a Prefeitura de Aparecida adotou diversas medidas para proteger e atender a população na rede municipal de saúde, investindo 23% dos recursos, bem acima do que é exigido pela Constituição Federal, que é de 15%. “Uma das estratégias mais importantes que adotamos foi a ampliação da rede de atendimento. Utilizamos a estrutura que já tínhamos pronta no Hospital Municipal de Aparecida e das nossas Unidades de Pronto Atendimento e Unidades Básicas de Saúde. Assim, implantamos inicialmente 90 leitos, sendo 30 de UTI e 60 de Semi-UTI. Hoje já contamos com 118 leitos ativos de UTI, com capacidade para chegar a 130, e 110 de enfermaria, totalizando 240 leitos exclusivos para tratamento dos pacientes com Covid-19 e estamos testando em massa a nossa população”, sublinhou o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães.
Outra ação tomada para combater o coronavírus na cidade foi a ampliação da testagem. Hoje, 04 de agosto, Aparecida é a cidade que mais testa em Goiás, com mais de 54 mil exames RT-PCR, padrão ouro, realizados nos dois drives-thrus (Cidade Administrativa e Centro de Especialidades), três Unidades de Pronto Atendimento (Brasicon, Buriti e Flamboyant) e em sete Unidades Básicas de Saúde. No início da pandemia, Aparecida conseguia realizar 15 testes por semana por meio do Laboratório Central e hoje, com a contratação ainda em abril de um laboratório particular, realiza cerca de mil testes diários.
Ainda em junho a SMS iniciou o monitoramento dos pacientes que testaram positivo e que possuíam mais chances de evolução para agravamento da doença, ou seja, pacientes dos grupos de risco ou com comorbidades. Esse monitoramento é feito nas três Unidades de Pronto Atendimento, também por meio de drive-thru, onde os pacientes realizam, a cada 48h exames laboratoriais para avaliação do estado de saúde durante o período em que estiver positivado. Além disso, foram distribuídos oxímetros, que medem a oxigenação do sangue, àqueles pacientes que também são do grupo de risco.
A última medida tomada pela SMS para ampliar ainda mais a testagem da população, seguindo a recomendação das autoridades mundiais em Saúde, que é testar, monitorar e tratar, foi a busca ativa nos bairros com mais casos ativos de pessoas com os sintomas gripais para que sejam encaminhados para a UBS mais próxima e realizar o exame para detecção do vírus. Os agentes de endemias e comunitários de Saúde percorrem nestas duas semanas, a ação foi iniciada no dia 27 de julho, os bairros Independência Mansões e Buriti Sereno, passando de casa em casa e fazendo um questionário com os moradores para saber se apresentam ou apresentaram sintomas.
Boletim atualizado – A Secretaria de Saúde de Aparecida informa que até às 17h desta quarta-feira, 05, foram realizados 1.725 testes e foram confirmados 434 novos casos em Aparecida. Após o resultado positivo os pacientes passam a ser monitorados pela equipe do Telemedicina, sendo que os mais vulneráveis ao vírus realizam, a cada 48h, uma bateria de exames laboratoriais para análise da evolução da doença, evitando assim o risco de agravamento rápido e óbito.
No momento, Aparecida possui 1.615 casos ativos, que estão hospitalizados ou monitorados pelo Telemedicina, oxímetros e exames. De 13.909 casos confirmados, 12.088 estão recuperados e 202 vieram a óbito, sendo 12 registrados nas últimas 24 horas. O município coletou, 57.690 amostras de material para realização de testes de diagnóstico de Coronavírus. Os exames são do tipo RT-PCR, que é considerado o padrão ouro para esse diagnóstico.
DETALHAMENTO DA NOTA TÉCNICA DA SMS
A nota técnica entregue nesta quinta-feira, 6 de julho, pela Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia ao Comitê de Prevenção e Enfrentamento ao novo Coronavírus, foi favorável à suspensão temporária do escalonamento intermitente regionalizado. Segundo os dados apresentados pelo Secretário de Saúde e coordenador do Comitê, os casos ativos de Covid-19 da cidade estão em declínio, com baixa demanda hospitalar, e há estabilização nas taxas de internações, tanto em leitos de enfermaria como de UTI. O documento apontou ainda a baixa letalidade municipal, a manutenção da força de trabalho e a regularidade nos estoques de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
A nota técnica recomendou que fosse mantida todas as regras sanitárias impostas aos estabelecimentos que foram autorizados a funcionar; a não abertura de novos segmentos pelos próximos 14 dias; e a manutenção da testagem em massa da população. O documento prevê ainda a retomada do escalonamento intermitente caso as taxas de ocupação de Leitos de UTI-COVID fiquem acima de 80%, ou se a média móvel de casos ativos oscile positivamente mais do que 15% nos próximos 14 dias e a taxa de ocupação de leitos seja acima de 70% por três dias consecutivos. “Nós analisamos o histórico da pandemia na cidade, todas as ações de prevenção e enfrentamento realizadas e a situação epidemiológica e acreditamos ser possível e seguro a suspensão neste momento”, afirmou o Secretário de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães.
Análises
Com mais de 57 mil testes do tipo RT-PCR realizados no município, Aparecida de Goiânia testou quatro vezes mais sua população do que a média nacional e estadual. “Nosso exame é o melhor que existe para diagnóstico da doença e os resultados ficam prontos em até 48h, permitindo o rápido isolamento e monitoramento dos doentes”, afirmou Alessandro Magalhães. Segundo ele, a cidade também se preparou para acompanhar os casos positivos com precisão: “Reforçamos nossa equipe de Telemedicina e criamos um programa que oferece uma série de exames laboratoriais aos pacientes de risco, tomografia e empréstimo de oxímetros. Dessa forma nossos profissionais conseguem monitorar, à distância, a evolução dos casos, prevenindo internações”.
Em referência à rede hospitalar, a Secretaria analisou a ampliação dos serviços. “Criamos e contratamos um total de 118 leitos de UTI, com capacidade para chegar a 130, além de 145 leitos de enfermaria. Todos exclusivos para tratamento da Covid. Com alta oferta, na cidade não há fila de espera para internação em unidade de tratamento intensivo”, frisou Alessandro Magalhães.
Entre diversos aspectos epidemiológicos, a nota técnica trouxe uma análise do índice de mortalidade da doença na cidade e do número de casos ativos: “A letalidade municipal é de 1,41%, ou seja, para cada 100 pacientes com a Covid-19, 1,41 pessoas falecem pela doença. Comparativamente, a letalidade municipal é 2,41 vezes menor que a brasileira e 72% menor do que a do Estado de Goiás. Os casos ativos representam 10,67% do total de casos confirmados e a variação de sua média móvel se mostrou estável com tendência de queda nos últimos 14 dias, oscilando negativamente 2%”, pontuou o secretário.
Sobre a ocupação dos leitos hospitalares, o documento aponta: “A utilização de leitos de UTI Covid no município de Aparecida tem se mantido estável nos últimos 14 dias. Na data atual está em 56,8%“. O número é caracterizado como suficiente para atender a demanda: “2,22% dos pacientes residentes em Aparecida de Goiânia com a Covid-19 necessitaram de internação em um leito de UTI, com média de permanência de 08 dias, percentual representa 44% do percentual relatado na literatura científica, que é de 5%”.
Já em relação à força de trabalho e segurança, a nota técnica explica: “O município tem 3.975 trabalhadores na saúde. Desses, 344 já contraíram a Covid-19, representando 8,65% da força de trabalho da rede municipal de saúde. Atualmente, há 107 (2,7%) profissionais de saúde afastados devido a doença. Quanto aos EPIs, há estoques/contratos ativos para manter a rede municipal funcionando para os próximos 90 dias”.
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