Educação comemora o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência

Por Juliana Fulquim e Gedeon Campos

21 de setembro de 2021

Por Juliana Fulquim e Gedeon Campos

21 de setembro de 2021


Foto: Claudivino Antunes

Rede de ensino municipal conta atualmente 768 alunos com algum tipo de necessidade especial e com 195 profissionais com formação específica para o atendimento nas unidades escolares

Nesta terça-feira, 21, comemora-se o Dia da Luta da Pessoa com Deficiência. A data, que só foi oficializada em 2005 pela Lei Federal 11.133, já é comemorada há 39 anos e sua escolha coincide com o Dia da Árvore, justamente para simbolizar o nascimento das reivindicações de cidadania e participação em igualdade de condições. Em Aparecida de Goiânia, o tema inclusão da pessoa com deficiência é tratado com a devida relevância.

A Secretaria Municipal de Educação (SME) dispõe em sua estrutura de uma Coordenadoria de Inclusão Escolar. O departamento é responsável por dar suporte pedagógico aos profissionais que trabalham com alunos portadores de necessidades especiais em escolas e CMEIs. “A educação é um direito de toda criança e em Aparecida atuamos com o objetivo de um ensino inclusivo e de qualidade”, sublinhou o secretário de Educação, professor Divino Gustavo.

No total, a Rede Municipal de Educação de Aparecida (RME), possui aproximadamente 48 mil alunos matriculados da Educação Infantil aos anos finais do Ensino Fundamental. Destes, 768 são de crianças com algum tipo de necessidade educacional especial. A RME mantém no seu quadro de servidores 195 profissionais com formações específicas e atuando nas áreas de Professores de Apoio, Professores de salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE), além de Professores Intérpretes de Libras e de Braille.

Educação Inclusiva

Para a coordenadora de Inclusão Escolar, professora Wuelta Coeles, o ato de matricular alunos com deficiência é apenas o primeiro passo para a sua inclusão no ambiente escolar. Na sua opinião, é fundamental instrumentalizar os professores e a escola, dando-lhes o suporte necessário à ação pedagógica. “O processo de aprendizagem do aluno é por vezes diferente do restante da turma, por isso precisamos de ações adaptativas, flexibilidade do currículo e capacitação dos profissionais”, explicou.

Referência em Inclusão, a Escola Municipal Caraíbas, tem em seu quadro de alunos 95 crianças com algum tipo de necessidade especial. De acordo com a diretora da unidade educacional, professora Mirny Ferreira da Silva, os alunos são acompanhados em suas atividades pedagógicas por profissionais capacitados que atuam dentro das salas de aula e também na sala de AEE. “Não medimos esforços para atender esses alunos e temos visto o empenho de todos os servidores e também dos demais estudantes para que os alunos especiais se sintam pertencentes ao meio escolar”, enfatiza.  

Aulas presenciais ajudam no aprendizado

Aluna do 7º ano no turno matutino, Esther Rosa de Araújo, 13, diagnosticada com dislexia e déficit de atenção, comenta que estuda na escola Caraíbas desde o primeiro ano. Segundo ela, o retorno das aulas presenciais tem ajudado para que possa absorver o conteúdo e com isso melhorar o seu desempenho nas disciplinas. “Eu estava com muita dificuldade com as aulas online e ficava perdida, não conseguia fazer a tarefa e chegava até chorar. Mas agora, participando das aulas no AEE e com o acompanhamento da professora de apoio, eu tenho melhorado meu desempenho”, comentou.

Diagnosticada com dislexia e TDAH, Vitória Souza Gregório de Freitas, 10, estudante do 5° ano no turno vespertino, por sua vez, fala da importância da sala de AEE para o desenvolvimento cognitivo dos alunos. “Todo mundo tem algum tipo de dificuldade, mas as nossas são maiores e a sala de AEE nos ajuda a aprender mais”, observou.

Essa também é a opinião de sua mãe, a dona de casa Hosana de Souza, 37, moradora do Setor Norte Sul. Ela, que tem outro filho matriculado na unidade escolar e que também apresenta dislexia, comenta que Vitória estuda na escola Caraíbas desde as séries iniciais do Ensino Fundamental. “A escola foi essencial para que eu pudesse saber que meus filhos tinham dificuldade de aprendizado e que isso estava atrelado à dislexia. Agradeço por tudo que a escola tem feito para o desenvolvimento deles e sei que hoje eles podem sonhar com um futuro melhor”, salientou emocionada.

Mestranda em Educação Especial, a pedagoga Maria José Ferreira de Carvalho Rosa, 52, é professora efetiva da RME desde 2015. Na sua opinião, a presença do aluno na escola regular é um marco para a luta da pessoa com deficiência, pois eles mostram que são capazes de aprender, de interagir e também de ensinar a partir de suas experiências. “Nossos professores passam por treinamento e são orientados a como trabalhar com o aluno com necessidades especiais. Nosso trabalho desenvolve na criança o sentimento de pertencimento e o seu aprendizado, independentemente de suas limitações”, arrematou.

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