Medidas visam desafogar UPA’s 24 horas que operam com capacidade máxima e registraram aumento de 32% na procura por atendimento médico. Cerca de 40% dos pacientes atendidos no último fim de semana foi de moradores de outras cidades, inclusive da Região Metropolitana de Goiânia
A partir desta quarta-feira, 29, pacientes com síndromes gripais e suspeita de dengue poderão buscar atendimento nas 40 Unidades Básicas de Saúde (UBS’s). A medida visa desafogar as cinco unidades de urgência e emergência do município (Upas Flamboyant, Buriti Sereno e Brasicon e os Cais Nova Era e Colina Azul), que no último fim de semana registrou aumento de 32% na procura por atendimento médico com pacientes da cidade e também vindos de outros municípios, incluindo a Região Metropolitana de Goiânia.
O atendimento nas UBS´s será por livre demanda e sem restrição de abrangência de bairros para pacientes que apresentarem sintomas gripais e de dengue, zika vírus e chikungnya. Entre os sintomas estão febre, dor de cabeça, dor no corpo, coriza, prostração, dores musculares e nas juntas, dentre outros.
“Mesmo com as escalas médicas completas em todos os turnos, as reclamações de maior tempo de espera têm acontecido porque Aparecida tornou-se referência em Saúde Pública em Goiás justamente por sua capacidade de atendimento e estrutura da rede, o que tem atraído pessoas de outros municípios, até mesmo da Região Metropolitana. Estamos trabalhando acima de nossa capacidade há mais de uma semana para não deixar ninguém desassistido”, informa o secretário de Saúde Alessandro Magalhães.
O superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria de Saúde de Aparecida (SMS), Gustavo Assunção, aponta que os atendimentos diários de urgências considerando as três Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) 24 horas e os Cais Colina Azul e Nova Era aumentaram de 2.350 para mais de 3.100, o que corresponde a 32% de acréscimo no fim de semana. O fluxo intenso fez a UPA Buriti Sereno, que fica próxima da região Sudoeste da Capital, atingir o pico de 700 atendimentos no último domingo, 26 de dezembro. Em épocas normais, a média no local é de 400 atendimentos diários.
“Nesta segunda-feira, por exemplo, 27 de dezembro, mesmo após termos aumentado há alguns dias a quantidade de médicos nas UPASs Brasicon e Buriti, todas as nossas unidades de urgências e emergências estão trabalhando até acima da capacidade máxima,” destaca o gestor.
Gustavo Assunção relata que na noite dessa segunda-feira haviam 6 clínicos e 2 pediatras atendendo na UPA Brasicon; 7 clínicos, 2 pediatras e 1 ortopedista na UPA Buriti Sereno; 6 clínicos, 2 pediatras e 1 psiquiatra na UPA Flamboyant; 3 clínicos e 2 pediatras no Cais Colina Azul e 5 clínicos e 2 pediatras no Cais Nova Era. “Isso totaliza, somente num plantão de 12 horas, 27 clínicos, 10 pediatras, 1 ortopedista e 1 psiquiatra, ou seja, 39 profissionais médicos atendendo à população. É um número que não se acha em nenhuma outra cidade goiana e em poucas no Brasil. É uma vitória para Aparecida, mas não temos condições ilimitadas de atendimento. Quanto mais melhoramos, mais atraímos pacientes,” argumenta ele.
Gustavo ainda pontua com mais dados de atendimentos nas últimas 24 horas. “Nos dois plantões desta segunda, dia 27, foram feitos 710 atendimentos na UPA Flamboyant, 815 na UPA Brasicon, 938 na UPA Buriti Sereno, 759 no Cais Nova Era e 416 no Cais Colina Azul totalizando 3.683 atendimentos em 24h.”
Referência em atendimento
O secretário de Saúde de Aparecida, Alessandro Magalhães, ressalta ainda que a rede de atenção à Saúde de Aparecida se tornou referência por causa da estrutura para diagnósticos com exames laboratoriais e de imagem, como os Raios-X e as tomografias, e, sobretudo, pela qualidade dos profissionais do setor.
“É uma lógica difícil, pois não medimos esforços para aprimorar a atenção prestada em todos os níveis, temos muita resolutividade, e isso tem atraído muita gente, cerca de 40% dos nossos atendimentos têm sido para pessoas de outras cidades goianas. São pacientes que recorrem a nós porque precisam de cuidados, então temos feito o possível e até o impossível para acolhê-los. Os profissionais da Saúde são treinados para cuidar, para salvar vidas e reduzir sofrimentos e também sofrem com essa situação, mas não desistem”.
Alessandro salienta que “num vislumbre rápido na internet e na mídia nacional é possível perceber que as unidades de urgência das maiores cidades brasileiras, inclusive de municípios maiores e mais ricos, como São Paulo (SP), estão enfrentando agora essa imensa demanda por causa das doenças respiratórias e da dengue e do fluxo de pessoas vindas de onde não há atendimento adequado. É um problema da atualidade que não se restringe a Aparecida, que não se isenta de sua responsabilidade e vai até além para proteger as pessoas”.
Dados da SMS também mostram que os números de profissionais escalados são superiores ao preconizado pelo Ministério da Saúde e que os atendimentos ocorrem conforme prioridade clínica, ou seja, priorizando os casos mais graves e com risco de vida. “Às vezes alguém chega cedo numa UPA ou Cais e vê que outras fichas de pacientes estão sendo passadas na sua frente e se revolta, considerando um descaso. Mas, na realidade, isso ocorre porque há idosos, crianças, gestantes e enfermos graves, acidentados e outros, precisando de atendimento imediato sob risco de falecer. A Saúde não é um universo tão simples como gostaríamos, lidamos com vidas humanas e seguimos rigorosos protocolos científicos”, afirma Gustavo Assunção.
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