Apesar de nenhum caso de sarampo ter sido confirmado em Aparecida, as equipes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estão…
Apesar de nenhum caso de sarampo ter sido confirmado em Aparecida, as equipes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estão totalmente mobilizadas e capacitadas para lidar com possíveis casos da doença. A fim de discutir as novas estratégias de prevenção e de combate à transmissão do vírus, a Superintendência de Vigilância em Saúde promoveu na última segunda-feira (16) uma atualização voltada aos profissionais que atuam na rede. “Trata-se de doença altamente contagiosa e a confirmação de apenas um caso já é suficiente para ser considerado como surto. O Brasil vive essa situação em alguns estados, inclusive Goiás, porque já foram confirmados alguns casos. Em Aparecida nenhum caso foi confirmado mas devemos todos estar em alerta” – pontua Luzia Oliveira, coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município.
A capacitação foi realizada na Superintendência da Escola de Saúde de Goiás (SEST-SUS) e reuniu cerca de 300 profissionais que atuam nas unidades de Aparecida, entre médicos e enfermeiros. “No início do ano o Brasil perdeu a certificação de país livre da doença, conferido pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS) porque constatou-se a circulação de um genótipo e essa circulação deu-se por mais de um ano. No entanto, a estratégia de vacinação atualmente estabelecida no país já demonstrou ser capaz de interromper a circulação desse vírus quando atingidas coberturas vacinais adequadas. Portanto, basta um pouco mais de atenção por parte de todos para erradicarmos novamente este mal” – explica o epidemiologista do Ministério da Saúde, Fabiano Marques, conferencista da capacitação.
“Os casos suspeitos de moradores da cidade já foram investigados e nenhum foi confirmado, mas precisamos estar em alerta e mobilizados. Sabemos que a situação que o Brasil vive é devido à situação vacinal das pessoas. E a prevenção é a vacina Tríplice Viral. Infelizmente as pessoas deixam para procurá-la quando já estão em situação de alerta. Nossa orientação é que procurem se manter vacinadas e imunizadas de uma forma geral, não apenas contra o sarampo e não apenas em períodos de surtos. Pedimos que todos procurem as unidades com o cartão de vacina e passem por uma avaliação para saber quais vacinas precisam ser tomadas” – lembra Luzia.
A doença
O Sarampo é uma doença viral aguda similar a uma infecção do trato respiratório superior. É considerada grave, principalmente em crianças menores de cinco anos, desnutridos e imunodeprimidos. A transmissão do vírus ocorre a partir de gotículas de pessoas doentes ao espirrar, tossir, falar ou respirar próximo de pessoas sem imunidade contra o vírus sarampo. “O plano de eliminar o sarampo começou em 1968 quando a vacina passou a ser compulsória dentro das campanhas vacinais. Em 2015 recebemos o certificado de eliminação da rubéola. O do sarampo veio apenas em 2016. No começo de 2019 perdemos essa certificação. Existem várias hipóteses sobre o motivo da volta da circulação do genótipo no Brasil por isso é injusto e precipitado afirmar que isso se deve por conta de países vizinhos” – completa o epidemiologista do Ministério da Saúde.
Protocolo
A coordenadora explica que todas as equipes de Saúde do município, das redes pública e privada, estão orientadas quanto às formas de prevenção e de atendimento diante de casos suspeitos. “Ao se deparar com um caso suspeito, essa pessoa deverá ser isolada dentro da própria unidade de saúde. Os atendentes devem comunicar a Vigilância Epidemiológica que tomará as medidas cabíveis, como o bloqueio e a coleta de exames específicos e orientações em geral”. Os profissionais que não foram vacinados precocemente com a Tríplice Viral estão sendo orientados fazê-lo. Bloqueio é o nome dado a uma série de medidas que visam interromper um ciclo de propagação de uma doença infecciosa. Para isso é realizada uma investigação para se averiguar quais pessoas tiveram contato com o caso suspeito para que sejam vacinadas. Se necessário uma equipe se dirige até elas para que sejam imunizadas.
O fluxograma de atendimento orienta os profissionais das unidades de atendimento para que comuniquem imediatamente cada caso suspeito à Vigilância Epidemiológica, que deverá orientá-los sobre as normas de conduta para a coleta de sangue e demais materiais para exames. “A pessoa deverá usar máscara cirúrgica e ser isolado do contato com demais pacientes. A vacinação de bloqueio deve ser realizada nas pessoas que tiveram contato com esse paciente em até 72h. Ao receber alta, os profissionais devem orientá-lo a entrar em contato com a Vigilância Epidemiológica antes mesmo de procurar uma unidade de Saúde pelos telefones 3545-6061, 3545-5437 e 3545-4875 caso os sinais e sintomas não cessem” – completa.