Com amplo rastreamento e sequenciamento, Aparecida confirma transmissão comunitária da variante ômicron

Por Polliana Martins

27 de dezembro de 2021

Por Polliana Martins

27 de dezembro de 2021


Foto: Rodrigo Estrela

Programa Municipal de Vigilância Genômica já identificou 22 casos da linhagem, sendo que 17 deles têm relação entre si. Nos outros 5 não foi possível estabelecer a origem da contaminação

Neste fim de semana, a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia (SMS) identificou 18 novos casos de covid-19 provocados pela variante ômicron, totalizando 22 registros em moradores da cidade, e constatou a transmissão comunitária da linhagem no município. A detecção foi possível graças ao Programa Municipal de Sequenciamento Genômico que tem feito a análise de amostras positivas da infecção para mapear a informação genética e identificar as variantes do SARS-CoV-2 (novo coronavírus) em circulação.

O secretário de Saúde Alessandro Magalhães explica que a transmissão comunitária existe quando há casos de transmissão do vírus na população entre pessoas que não estiveram nos países com registro da doença nem tiveram contato com quem esteve. Em Aparecida há um caso assim e outros 4 sob investigação.

A superintendente de Vigilância em Saúde, Daniela Ribeiro, informa que, dentre os 22 pacientes, que são pessoas de 17 a 82 anos de idade, 11 já tiveram alta e 11 estão em isolamento domiciliar sendo acompanhados pela Central de Telemedicina. Já no que diz respeito ao vínculo, direto ou indireto, com os dois primeiros casos identificados em Aparecida, que eram de duas pessoas que tiveram contato com um casal de missionários vindos de Luanda (Capital de Angola, País do Continente Africano) e que foram a um encontro religioso em Goiânia, 17 têm vínculo, 1 não tem e 4 estão sob investigação. Apenas um paciente dentre os 22 precisou ser internado. Trata-se de um homem de 50 anos, diabético, que ficou 5 dias internado em uma enfermaria, mas já teve alta médica.

Transmissão comunitária

De acordo com a investigação feita pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) de Aparecida, “observando o cenário da última semana e sabendo da alta capacidade de transmissão da ômicron, constatamos que já temos a transmissão comunitária no município,” destaca a chefe do Centro, Giselle Caetano Souza.

O CIEVS de Aparecida, que funciona 24h por dia e atua também como elo de ligação com o Estado e o Ministério da Saúde (MS) no monitoramento dos casos de covid-19 e nos sistemas de informações, bem como na elaboração de alertas epidemiológicos, dentre outras atribuições, já investigou, desde 12 de dezembro até este domingo, 26, 36 casos de covid-19 que foram sequenciados. Deste total veio a confirmação das 22 pessoas com a variante.

Foto: Rodrigo Estrela

Amplo sequenciamento

Como medida de segurança, após ter detectado pela primeira vez, no último dia 12, a variante ômicron, a SMS ampliou o Programa de Sequenciamento Genômico, a maior estratégia do gênero já realizada em uma cidade brasileira segundo a plataforma internacional GISAID, entidade com banco de dados sobre genomas de vírus. Assim, todas as amostras com Covid-19 coletadas a partir de 8 de dezembro – quando uma das moradoras testou positivo para a infecção – e que se enquadram nos critérios científicos são sequenciadas.

“Estamos focados em controlar a doença com ações de testagem em massa e vigilância genômica. Até o momento já realizamos mais de 409 mil testes RT-PCR padrão ouro. A testagem em massa possibilita o diagnóstico precoce, o rápido isolamento dos doentes e o monitoramento dos pacientes pela Telemedicina e pela Vigilância. Ao mesmo tempo, temos o maior Programa Municipal de Vigilância Genômica, que já realizou mais de 2.300 sequenciamentos”, destaca o secretário Alessandro.

Sequenciamento

A diretora de Avaliação de Políticas de Saúde da SMS, Érika Lopes, responsável pelo Programa de Sequenciamento Genômico, explica que o número de sequenciamentos realizados é variável, dependendo do cenário epidemiológico e de fatores como o número total de casos positivos, a circulação de variantes de preocupação e o número de hospitalizações, dentre outros. “Nosso Programa analisava amostras de pacientes com suspeita de reinfecção, pacientes de baixo risco que precisaram de internação e pacientes aleatórios agrupados por semana epidemiológica. Porém, desde 8 de dezembro temos analisado todas as amostras com carga viral suficiente”, relata a diretora.

Ômicron

Segundo o Ministério da Saúde (MS), evidências científicas apontam que a variante ômicron possui um índice de transmissibilidade maior que as outras, mas não há estudos comprovados sobre a sua severidade e nem sobre a resposta vacinal contra a nova variante.

Nesse sentido, a Secretaria de Saúde de Aparecida reforça que as medidas preventivas contra a covid-19 precisam ser mantidas pela população, tais como o uso correto de máscara, tapando o nariz e a boca, a ventilação dos ambientes, a higienização das mãos e o distanciamento social sempre que possível. “E sobretudo é preciso se vacinar! A vacinação é fundamental e continua salvando vidas”, enfatiza o secretário Alessandro Magalhães.

Foto: Rodrigo Estrela

Onde e como testar

Em Aparecida, o RT-PCR é realizado no Centro de Especialidades e nas UBS’s Garavelo Park, Independência Mansões, Expansul, Tiradentes, Buriti Sereno, Pontal Sul e Chácara São Pedro mediante agendamento prévio pelo aplicativo Saúde Aparecida (O acesso à plataforma pode ser feito pelo site da Prefeitura de Aparecida, o aparecida.go.gov.br , ou pelo telefone 0800-646-1590) ou encaminhamento médico. Nas UPA’s 24h e hospitais da cidade, o teste é feito em pacientes internados.

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