Sensores afixados na pele trazem comodidade para pacientes, especialmente crianças
Comemorado em 14 de novembro, o Dia Mundial da Diabetes homenageia a data de aniversário de Sir Frederick Banting, co-descobridor da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e que tem a função de controlar a glicemia no sangue. Desde 91, a celebração representa uma oportunidade para aumentar a consciencialização sobre esse problema de saúde pública global. Em Aparecida de Goiânia, a população pode realizar o rastreio e acompanhamento da doença no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP), unidade pública administrada pelo Einstein desde 2022.
O médico endocrinologista Rafael Scarin, coordenador da clínica médica do HMAP, explica que o rastreio da doença deve começar a partir dos 35 anos, de acordo com recomendações da Sociedade Brasileira de Diabetes. Mas quando a pessoa apresenta algum fator de risco, como sobrepeso, hipertensão, ovário policístico e histórico familiar, o ideal é iniciar o quanto antes. Nesses casos, os exames devem, inclusive, ser repetidos anualmente.
Com o diagnóstico da doença, torna-se indispensável o controle da glicemia para evitar sua descompensação. “Com isso, é possível evitar quadros agudos de hipo ou hiperglicemia, evitando complicações e até mesmo internações”, explica. Esse controle pode ser feito por meio da punção de sangue do dedo várias vezes por dia, o que, porém, comprometer a adesão ao tratamento, considerando o incômodo da prática, especialmente em crianças.
A boa notícia é que há uma alternativa disponível e distribuída pela prefeitura de Aparecida: um sensor capaz de realizar a monitorização da enfermidade de forma contínua sem uso de punção por agulha ou canetas. “A tecnologia é indolor e segura, e isso impacta na qualidade de vida do paciente”, conclui. Para ter acesso ao sensor, é necessário ser morador de Aparecida, ter diabetes do tipo 1 e ter entre 4 e 14 anos, entre outros requisitos estabelecidos pela Secretaria Municipal de Aparecida.
Complicações
Quando o diabetes “descompensa”, ou seja, quando a glicemia não está controlada, algumas complicações podem surgir. A cetoacidose diabética, por exemplo, mais comum em pacientes que têm diabetes tipo 1, ocorre quando a deficiência de insulina se torna grave, elevando a presença de cetona no sangue e a redução do pH sanguíneo. A pessoa passa a ter aumento na frequência urinária, náuseas, vômito, desidratação – apesar da sede intensa -, mudança no odor do hálito, aumento das frequências cardíaca e respiratória, redução de peso e até mesmo confusão mental.
O paciente também pode apresentar lesões renais (nefropatia diabética), na retina (retinopatia) e nos nervos (neuropatia), e até complicações mais graves do sistema vascular, aumentando as chances de infarto, AVC e amputação de membros.
Todas essas alterações devem ser rastreadas e mapeadas para que outras complicações sejam evitadas. Para isso, os médicos solicitam exames de rotina, como o eletrocardiograma, exames de fundo de olho, exames de urina e de sangue de forma periódica. De acordo com os resultados, o endocrinologista pode encaminhar o paciente para acompanhamento com outro especialista, como o oftalmologista ou o cardiologista, para uma intervenção precoce.
Para o médico Rafael Scarin, a adesão ao tratamento e uma boa alimentação são a melhor forma de combater o diabetes e suas complicações. “A rotina alimentar é um dos pilares do tratamento do diabetes, sendo importante uma troca entre o endocrinologista e o nutricionista no plano desse paciente e esse acompanhamento é possível aqui, no HMAP”, conclui.
Rafael Scarin Borges (CRM 29632) é médico especialista em Cliníca Médica (RQE 16311) e Endocrinologia e Metabologia (16312)
Sobre o HMAP
O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP) foi inaugurado em dezembro de 2018 e é o maior hospital do Estado feito por uma prefeitura. Administrado pelo Einstein desde junho de 2022, foi construído numa área superior a 17 mil metros quadrados, onde atua com mais de 1.100 colaboradores para o atendimento de casos de alta complexidade, incluindo hemodinâmica e cirurgia bariátrica, além de várias especialidades cirúrgicas e diagnósticas. A estrutura contempla 10 salas de cirurgia e 235 leitos operacionais, sendo 10 de UTI pediátrica, 39 de UTI adulto, 31 de enfermaria pediátrica, e 155 leitos de clínica médica/cirúrgica.
Trata-se da primeira operação de hospital público feita pelo Einstein fora da cidade de São Paulo. Nos primeiros seis meses de gestão, as filas de UTI da unidade foram reduzidas consideravelmente e a capacidade de atendimento dos leitos, dobrada. Já as longas filas de espera para cirurgias eletivas foram diminuídas em menos de um ano, feito alcançado graças a iniciativas como mutirões cirúrgicos, que priorizaram demandas urgentes. Nos primeiros seis meses de gestão Einstein, o tempo de permanência dos pacientes no hospital também foi reduzido de 9,5 para 5 dias. Em relação à mortalidade, em junho de 2022 a taxa era de 15,33% e, seis meses depois, de 3,6%.
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