Para que os passeios e brincadeiras sejam mais seguros, pais e responsáveis devem ficar atentos e supervisionar a diversão dos mais novos, principalmente até os 14 anos de idade
Com a chegada da temporada das férias escolares de julho, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia alerta os pais e responsáveis para que redobrem os cuidados com crianças e adolescentes para evitar acidentes, domésticos ou não, como afogamentos, atropelamentos e queimaduras, dentre outros.
“Nessa época de diversão e mais passeios ao ar livre, as famílias devem aumentar o alerta para proteger os mais novos. Com atenção e cuidados básicos, as férias podem ser muito mais seguras e tranquilas e não nos cansamos de repetir isso porque é algo muito sério”, ressalta o secretário municipal de Saúde, Alessandro Magalhães.
Riscos graves
Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que os acidentes domésticos representam a principal causa de morte entre crianças e adolescentes de um a 14 anos de idade. Segundo a pasta, o número de mortes nessa faixa etária causadas por esses agravos foi de mais de 8,6 mil no Brasil em 2022. Já a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) destaca que, no período de férias, os casos de acidentes aumentam em 25%.
Médica da coordenação de Pediatria da SMS, Gabriela de Souza Castro Vieira salienta: “Sabemos que a partir de um ano de idade até mais ou menos 14 anos, a maioria dos acidentes acontece no local de moradia. No entanto, esses traumas podem ser evitados, e, na maioria das vezes, com medidas simples de proteção e prevenção. Para tanto, é fundamental que haja sempre a supervisão de um adulto. ”
Nesse sentido, a profissional aponta medidas básicas para os principais riscos:
Afogamentos
“Chamamos a atenção para os afogamentos, que acontecem muito nessa faixa etária, principalmente porque na nossa região as pessoas gostam de ir para lagos e locais como o Rio Araguaia, então sempre tem que ter um adulto supervisionando, alguém que não tenha ingerido bebida alcoólica para não se distrair. Há também equipamentos de segurança como bóias e coletes salva-vidas que devem ser usados da maneira correta. Num clube, numa piscina ou num rio cheio de crianças, fica difícil perceber uma se afogando, então, repito: Atenção sempre! ”
Atropelamentos
“Crianças e adolescentes que andam sozinhos precisam ser orientados a atravessar a rua com cuidado, com atenção, usando as faixas de segurança e sem correr. Também é imprescindível a supervisão de um adulto, não é seguro nem adequado deixar uma criança supervisionando outra em quaisquer situações. ”
Queimaduras
“Nas férias, os pequenos também ficam mais em casa, e o ambiente da cozinha pode ser muito atrativo e perigoso, principalmente se a criança for manipular e preparar alimento no fogão e lidar com gás, álcool e outras substâncias. O ideal é que um menor de 14 anos não fique sozinho na cozinha, é sempre preferível que um adulto lide com fogo e fogões para evitar queimaduras. ”
Gabriela afirma que esses são os três acidentes mais comuns para levar à internações, mortes e sequelas: Afogamentos, atropelamentos e queimaduras, daí a ênfase nesses agravos. Ela acrescenta que, no caso de algum desses acidentes acontecerem, é importante que pais e responsáveis saibam também como proceder.
Como buscar ajuda
“Em caso de acidente, se a criança tiver condição de ser transportada por meios próprios, deve ser levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima do local do ocorrido. Em Aparecida temos três dessas: Brasicon, Flamboyant e Buriti Sereno. Se for um atropelamento, não é seguro tirar a criança do local, então é preciso acionar o SAMU/192 para fazer esse transporte. Já para um afogamento, é mais rápido se a família tiver como se deslocar até uma UPA, mas, se não for possível, chama-se o SAMU. No caso de queimadura, nenhuma medicação nem nenhum produto caseiro devem ser aplicados no local. O máximo que deve ser feito é aplicar água corrente e filtrada, e pode-se colocar um pano fino úmido e ir até uma UPA rapidamente para os devidos cuidados ”, orienta a profissional.
Outros perigos
A médica ainda aponta que há muitos outros riscos a serem evitados, e cita alguns como asfixia, intoxicações, engasgos, sufocamentos, choques elétricos, quedas e acidentes com armas e animais, dentre outros. “O mais importante é a atenção, a supervisão cuidadosa e o planejamento prévio, sempre que possível, das atividades com crianças e adolescentes. Não basta apenas amar, é preciso cuidar de maneira responsável e sempre orientar os pequenos e mais jovens sobre os perigos que poderão encontrar em casa ou fora dela. Se isso for feito, sobra muito mais espaço para a alegria, o relaxamento e a diversão para todas as idades”, enfatiza Gabriela.
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