Com foco na responsabilidade e no respeito à vida, evento reuniu a goianiense Adria Jesus, da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei Sentado, com dezenas de colaboradores do Hospital
Para provocar reflexões sobre responsabilidade e empatia e fortalecer o movimento internacional Maio Amarelo, de conscientização sobre a segurança no trânsito, na tarde da sexta-feira, 19 de maio, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia Iris Rezende Machado (HMAP) promoveu uma palestra da paratleta goianiense Adria Jesus, campeã mundial do vôlei sentado. O evento, direcionado para colaboradores, ainda apresentou o relato da enfermeira Daiany Marinho Salgado, da equipe do Hospital.
Adria e Daiany sofreram acidentes de trânsito que transformaram suas vidas. A medalhista internacional perdeu a perna esquerda aos 16 anos e a enfermeira teve uma severa perda de audição bilateral há dois anos. Elas narraram os desafios iniciais enfrentados e a luta permanente para superar as dificuldades, responderam dúvidas e foram muito aplaudidas.
Números no Brasil
Segundo estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o terceiro País no planeta com mais mortes no trânsito, ficando atrás da Índia e da China, que ocupam as primeiras posições, respectivamente. É o que apontou o relatório Status Report on Road Safety, que também revelou que o tráfego é o oitavo maior causador de óbitos no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2021 o País registrou 31.468 mortes no trânsito, vitimando motociclistas, ocupantes de automóveis e pedestres.
Evento transformador
O diretor médico do HMAP, Felipe Piza, enfatizou que é preciso ter cuidado e consciência no trânsito e elogiou a coragem e a determinação das palestrantes: “Vocês são um exemplo para nós, mostram que há muita vida para além de uma condição física, se reinventaram e conseguiram aproveitar as dificuldades para desenvolver novas habilidades. Há palestras que nos transformam, e essa é uma delas”.
Paratleta da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei Sentado, Adria, aos 40 anos, juntamente com sua equipe, já ganhou duas medalhas de bronze nas Paralimpíadas de Londres 2012 e Rio 2016; De prata nos jogos Parapan-Americanos do Canadá 2015 e do Peru 2019, e foram campeãs no Mundial de Vôlei sentado em 2022. Agora Adria está “focadíssima nos treinos para tentar a escalação para a Paralimpíada de Paris 2024”, como ela frisou.
Em sua palestra, a campeã contou sobre o acidente de moto sofrido na adolescência, o caminho da auto-aceitação, os estudos, a entrada no mercado de trabalho aos 19 anos, na época ainda sem a prótese na perna, e sobre a luta para conseguir conciliar o trabalho com a carreira no esporte profissional, além da busca por patrocínios.
Esperança, coragem e empatia
“É sempre importante falar sobre o respeito, o autocuidado e o cuidado com o próximo. O mundo não acabou para mim, mas tive que me reinventar. Quero tratar da responsabilidade no trânsito, e, ao mesmo tempo, dar esperança para quem está numa situação como a que vivi e oferecer uma nova perspectiva. Acredito que hoje mudei a percepção de alguém e que isso será passado para a frente. Quem quiser falar comigo sobre esse assunto pode me enviar uma mensagem no meu instagram @adriaparatletavolei , estou à disposição”, salientou.
Ana Cristina Rosa, analista de RH do HMAP e uma das organizadoras do encontro, reiterou o objetivo das palestras: “Trouxemos dois exemplos, uma profissional de saúde que na fase adulta sofreu um acidente de trânsito e uma que na adolescência também foi acidentada. Ambas ficaram com uma deficiência depois. Visamos conscientizar as pessoas para um trânsito mais seguro que evite cenários assim e pudemos demonstrar que é possível transformar o que parecia ser muito ruim numa nova história”.
Reflexão necessária
A analista, que é cadeirante, ainda acrescentou que “também promovemos uma reflexão para nossos colaboradores quanto às pessoas com deficiência que entram no mercado de trabalho. Esperamos que todos tenham um olhar cada vez mais sensível para as diferenças, e, com isso, possamos viver e cuidar melhor de nós mesmos e dos outros”.
A coordenadora do bloco operatório do HMAP, Mara Silvia, aplaudiu a iniciativa: “Foram depoimentos emocionantes. Nossas colegas que têm deficiências nos transformaram muito e também ao Hospital, que tem se adequado para que seus colaboradores e pacientes tenham mais acessibilidade e conforto. Esse evento mostra que somos iguais com nossas diferenças e que é preciso respeitar isso. No Maio Amarelo, criado para fortalecer a segurança no trânsito e lembrar que sempre tem alguém no nosso caminho, outra vidas ao nosso redor, enfatizamos, categoricamente, que temos que ser responsáveis e atentos”.
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