Como parte da programação que marca o Mês da Mulher, a Escola do Servidor da Prefeitura de Aparecida de Goiânia reuniu na tarde desta quarta-feira (13) centenas de servidoras públicas para debater a violência contra a mulher no município. “Trata-se de um marco para as atividades da Escola do Servidor. Por isso resolvemos, em comemoração ao Mês da Mulher, iniciar nossas atividades do ano de 2019 com este tema. Desta forma poderemos propagar esta discussão com as servidoras do município e com a população”, pontua a coordenadora do programa Escola do Servidor, Carolina Andrade.
Para ela, o empoderamento da mulher passa principalmente pela equiparação do salário, pelo respeito e oportunidades iguais. “Essa é uma briga constante não apenas no mercado de trabalho comum mas também no mercado de trabalho público. Com essa conquista cada vez mais sendo alcançada nesta luta das mulheres, teremos cada vez menos violência doméstica, menos dissabores. E isso não apenas em nossas casa, mas também em nossos ambientes de trabalho”, conclui. O evento contou com a presença da secretária executiva da Mulher, Eudenir de Souza Neves, conhecida como Tia Deni.
Foram convidadas a participar da mesa redonda como debatedoras a presidente da Associação Semeando Paz, Ilma Maria da Silva Araújo; a representante do Conselho Estadual de Educação, Gláucia Maria Teodoro Reis; a delegada regional da Polícia Civil, Cibelle Tristão, e a pesquisadora sobre gênero em comunidades rurais, Manoela Barbosa. Como mediadora, a advogada e coordenadora da entidade Atos de Pessoal, Jade Colherinhas. Participaram homens e mulheres de diversas pastas da administração municipal.
Para Cibelle Tristão, o machismo ainda é muito forte não apenas em Aparecida mas em todo o Brasil. “Na história da mulher, ao longo dos anos, a gente vivencia isso cada vez mais. Os avanços ainda são muito pequenos e a ocupação dos espaços públicos, com cargos de chefia, é essencial. A mulher vem buscando ocupar esses espaços. Vem lutando ao longo de séculos, ganhando direitos que pareciam improváveis. Vale lembrar que até pouco tempo atrás a mulher não podia sequer votar. Quando o Código Civil foi editado uma das obrigações do casamento era de que a mulher mantivesse relações sexuais com o parceiro. Coisa que hoje parecem absurdas, mas que foram corrigidas a passos de formiguinha”, comentou.
A delegada explica ainda que a questão do feminicídio passa muito mais pelo âmbito social do que por outros aspectos. “A partir do momento que o homem não muda a sua mentalidade e continua sendo machista, mesmo a mulher avançando ao longo do tempo e ocupando espaços de poder, ele não consegue aceitar essas mudanças. E esse homem, que não aceita ouvir um não e também não aceita ver uma mudança de atitude por parte da mulher, acaba cometendo todos esses abusos. Então o feminicídio é muito mais uma questão social do que criminal. Como militante da área da Segurança Pública, acredito que só diminuiremos os índices de violência contra a mulher trabalhando com a conscientização das crianças e dos adolescentes.
A servidora Keila Ferreira Paiva, que trabalha na Secretaria da Transparência, Fiscalização e Controle, participou do debate e conta que é de grande relevância a oportunidade de debater o tema porque todos sabem que existe muito machismo. “No serviço público infelizmente também existe a desigualdade nos salários. E este debate ajuda a demonstrar à população de Aparecida que nós mulheres não estamos sozinhas. Não podemos ter vergonha de exigir nossos direitos e de exigir respeito. Não podemos ter vergonha de denunciar as violências que sofremos porque quem tem que sentir vergonha são os homens que praticam esses atos. Com essa união podemos mostrar para a sociedade que somos fortes sim”.
O guarda municipal Benedito Beraldo, que também participou da mesa redonda, explica que se inscreveu no evento para tentar ajudar a fazer parte da solução na redução da quantidade de crimes contra a vida e honra das mulheres. “Trabalho na área da Segurança Pública e tenho acompanhado o crescimento do índice de violência contra a mulher. Por isso estou aqui para ajudar a fazer parte da solução, inclusive levando este debate para dentro da Guarda Municipal. Exercemos uma atividade de risco com um alto índice de estresse e, por isso, é importante dividir com os colegas a importância de deixarmos os problemas do trabalho no próprio ambiente de trabalho. Desta forma podemos curtir com mais qualidade nossos momentos em família”.
“Acredito que com essa atitude de nos reunirmos mais para discutir sobre os direitos que elas têm, sobre os diversos tipo de violência, ajuda bastante porque muitas vezes elas sequer sabem que estão sofrendo algum tipo de abuso. Eu tenho levado isso aos bairros, mostrando o quanto nós mulheres somos importantes e precisamos mostrar a nossa voz. Estamos vendo as mulheres correndo atrás de seus sonhos e se profissionalizando. O maior número de formandos todos os anos é de mulheres. Então, o que está faltando para que elas se empoderem ainda mais para que possamos diminuir esse número de suicídios e de feminicídios?”, questiona Tia Denir.
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