A Terapia Assistida por Animais é um programa da Universidade Federal de Goiás (UFG) que contribui para a humanização do ambiente hospitalar
Como parte das comemorações aos 100 dias da gestão Einstein no Hospital Municipal de Aparecida Iris Rezende Machado (HMAP), na tarde desta quinta-feira (8/9), os cães Romeu, Samira e Candinho (Das raças pastor de shetland, golden retriever e pug, respectivamente), acompanhados por seus tutores do programa Terapia Assistida por Animais (TAA), visitaram pacientes e a equipe do Hospital.
O encontro começou no jardim da recepção e depois um dos cachorrinhos foi selecionado para visitar pacientes nos leitos. O TAA é uma iniciativa da UFG idealizada pelas professoras Kellen Oliveira, da Faculdade de Veterinária, e Alessandra Naghettini, médica nefrologista.
No HMAP, os cachorros e seus tutores foram recebidos pelo coordenador da equipe multiprofissional, Gean Carlos Moraes: “Essa terapia tem uma série de benefícios psicológicos e físicos. É uma interação muito rica para os pacientes, principalmente para os de longa permanência. A gente vê de imediato a alegria, o brilho no olhar. O bem estar é total nessa que é uma medida muito eficiente de humanização hospitalar e que evidencia nossos preceitos, prezamos muito o paciente no centro do cuidado, é um dos pilares do Einstein.”
Assistência com carinho e alegria
A cachorra Samira, de 6 anos, fez sua primeira visita com o TAA nesta quinta no HMAP. Levada pelo dono, o iraquiano residente em Goiás Nabil Abed, ela fez muito sucesso no jardim pela docilidade e disposição para brincar. “Dei esse nome para ela, que em árabe significa algo como “companheira” por causa da índole dela. É um animal maravilhoso que encanta, acalma e alegra as pessoas”, elogia Nabil.
Samira deixou a paciente Marianny Vithória, de 14 anos e que está há 60 dias internada no HMAP, com um brilho estampado no olhar. A mãe da adolescente, Katiane Rosa, se emocionou: “Foi muito bom. A gente tem cachorro em casa, eu gostei bastante e fiquei contente por vê-la assim, minha filha sorrindo e respondendo aos estímulos. Isso devia ser feito em todos os hospitais, os cachorros trazem um conforto diferenciado e muito carinho para os pacientes.”
Já o menino Samuel da Silva Monteiro, de 7 anos, internado há 11 dias na UTI, estava radiante. A mãe dele, Sara da Silva Monteiro, contou para ele que sobre a visita e “aí não teve jeito, ficou ansioso e quando cochilou um pouco tive que acordá-lo porque ele não queria perder a visita. Ele sempre gostou muito de animais, temos uma cachorrinha em casa, então foi o máximo. Ele está muito restrito a esse ambiente hospitalar e agora parece ter se esquecido de todas as dificuldades. Como mãe fico muito feliz, isso está descontraindo ele da rotina de remédios e de preocupação com a saúde.”
A professora da Faculdade de Farmácia da UFG, Nathalie de Lourdes Souza Dewulf, voluntária do TAA, levou o cachorro Cândido Portinari, o Candinho, de 8 anos, para a visita. Ela tem outra cachorrinha no programa, a Anita Malfatti, que dessa vez ficou em casa. “A gente faz um esforço para participar dessa iniciativa linda, que ajuda a tantas pessoas e mostra a importância do convívio respeitoso e carinhoso entre humanos e animais. É sempre muito gratificante”, frisa ela.
Responsável e uma das idealizadoras do TAA, a professora Kellen Oliveira levou um dos cãezinhos dela, Romeu, para a atividade e destacou que “a experiência é sempre entusiasmante porque notamos que os pacientes e seus acompanhantes, além da equipe do Hospital, são muito beneficiados com essa quebra da rotina hospitalar.”
Como participar e contribuir
Ela acrescentou que pretende ampliar o projeto e que para tanto “precisamos de mais voluntários com seus cães e de mais alunos da UFG para auxiliar e participar. Não é algo simples, temos toda uma logística detalhada e técnica tanto para nós quanto para a equipe da instituição visitada. ”
Kellen informou que quem deseja participar ou ajudar de alguma forma o programa deve ligar para a Escola de Veterinária da UFG no 3521-1591(Ramal 22) ou entrar em contato pelo instagram @taaufg.
Para além das terapias convencionais
O diretor médico do HMAP, Felipe Piza, reforçou que “temos o objetivo de humanizar toda a assistência e essa visita atende a isso tanto para os pacientes quanto para todo o corpo de funcionários. Queremos repetir mensalmente sempre nesse jardim que é propício para isso, e depois, num segundo momento, para aqueles pacientes que têm interesse e não têm nenhuma restrição de alergia ou medo, ir até aqueles que não podem descer pro jardim porque estão acamados. Sabemos a diferença que isso faz.”
Piza afirma que para o HMAP “a segurança sempre vem em primeiro lugar, todos os animais seguem um rigoroso protocolo de vacinação, higienização e outros quesitos. O beneficio é muito grande e a gente percebe isso de familiares, pacientes e colaboradores. Consideramos um privilégio essa atividade.”
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