Saúde de Aparecida de Goiânia debate a humanização em tempos de pandemia

Por Polliana Martins

8 de outubro de 2020

Por Polliana Martins

8 de outubro de 2020


Foto: Ênio Medeiros

A II Semana de Humanização do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) foi aberta na manhã desta quarta-feira, 7 de outubro, com uma palestra que tratou dos desafios da humanização da saúde em tempos de pandemia da COVID-19. O evento, que se estende até a próxima sexta-feira, 9, no auditório do Hospital (Avenida V-5, setor Cidade Vera Cruz), é aberto para toda a sociedade mas é voltado principalmente para os trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus.

As atividades da II Semana, organizada pelas equipes de humanização e serviço social do HMAP, reúnem especialistas de diversas áreas para debater os desafios da Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde (MS) à luz dos dias atuais.

Hoje, o encontro foi aberto pela palestra da coordenadora Ambulatorial e de Humanização da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia (SMS), Lorenna Cardoso Nascimento, e da psicologa hospitalar especialista em Saúde Materna e coordenadora do Programa de Planejamento Familiar da Maternidade Marlene Teixeira (MMT), Luciana Rodrigues Wovst.

A coordenadora Lorena falou sobre as iniciativas da SMS para humanizar os atendimentos e a gestão da pasta com foco na excelência dos serviços prestados e nas condições de trabalho dos profissionais. Ela também frisou que “quando falamos em acolher, em receber bem, ouvindo e tratando as pessoas com dignidade e carinho, também nos referimos aos trabalhadores da saúde. Nesta pandemia, muitos profissionais ficaram temeroso e angustiados, receosos de se contaminar e também preocupados em como cuidar adequadamente dos pacientes, já que estamos enfrentando uma doença nova e sobre a qual ainda há muitas dúvidas”.

A esse respeito, a gestora ressaltou que os profissionais da saúde, mesmo receosos, estão enfrentando a pandemia com coragem, muitos cuidados e atenção redobrada. Ela acrescenta que a SMS, para “preparar nosso pessoal para lidar com tantas emoções nesses tempos de pandemia, promoveu capacitações e acolhimento para nossos profissionais. Criamos também um núcleo de saúde mental com teleatendimento psicossocial para quem tem temores ou dúvidas em relação ao coronavírus. Nossos psicólogos também estão nas unidades de saúde para atender, no local, os nossos trabalhadores. É feito um agendamento, o profissional é ouvido e tem seus receios amenizados.”

Lorena ainda lembrou que a equipe de telemedicina da SMS cuida de pacientes com COVID-19 e também dos trabalhadores da saúde que tenham quaisquer dúvidas sobre o assunto. “Falei em minha palestra do que a SMS fez e tem feito e que felizmente tem dado muito certo. O momento é extremamente desafiador para nós”, afirma ela.

Lorena aproveitou para elogiar a participação e a receptividade do público presente: “Os colegas disseram que estão mais seguros, cientes do apoio que têm da SMS, e muitos deram depoimentos impactantes sobre o que têm vivido. Foi uma manhã gratificante”.

Já a psicóloga Luciana destacou a importância de se debater a humanização “porque ela traz benefícios tanto para os pacientes quanto para os profissionais. Nos esforçamos para estar sempre sensibilizando os profissionais a esse respeito porque, com a sobrecarga de trabalho rotineira corremos o risco de nos distanciarmos de nossos pacientes e até de nós mesmos. A empatia é indispensável no atendimento às pessoas, precisamos nos colocar no lugar daqueles que tratamos para fazer uma escuta qualificada e aprimorar o atendimento, inclusive aumentando as chances de cura. E agora, em meio à uma pandemia que gera receios e angústia nas pessoas, o acolhimento humanizado torna-se ainda mais vital”.

Depois da palestra das duas, foi a vez do policial rodoviário federal, professor e doutorando em Direitos Humanos Fabrício Rosa tratar sobre o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, o combate ao trabalho escravo, ao trabalho infantil e ao tráfico de pessoas, além de projetos sociais com crianças com câncer, idosos, deficientes, população em situação de rua, adolescentes em conflito com a lei e população carente. Fabricio enfatizou o poder da compreensão e da empatia para acolher devidamente todas as pessoas. Ele, que é um dos diretores da Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI+(RENOSP) e um dos organizadores da Parada do Orgulho LGBTI+ de Goiânia, afirmou que “é preciso respeitar e entender para acolher.”

Confira o cronograma dos próximos dois dias da II Semana de Humanização do HMAP:
 
 
Data: 08/10 -10h
Palestrantes: Christiane Ramos Rocha (Psicóloga formada pela PUC – GO, pós graduanda em docência no ensino superior pela FASAM. Atua nas áreas clínica, social e jurídica. Conselheira Vice Presidente do Conselho Regional de Psicologia de Goiás. Coordenadora do CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social, Unidade II. Coordenadora da Rede de Proteção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Aparecida de Goiânia. Conselheira do Conselho Estadual de Assistência Social. Conselheira Presidente do Conselho Municipal de Assistência Social de Aparecida de Goiânia); Halliny Barbosa Gonçalves (Psicologa Pós graduada em Políticas Públicas, Coordenadora CRAS GARAVELO).
Tema: A Rede de Proteção Social no Atendimento à Criança/Adolescente e Idosos em Contextos de Vulnerabilidade e Violação de Direitos.
 
Data: 09/10 – 16h
Palestrante: Dra. Bianca Fernandes (Enfermeira Obstetra, Doula, Esteta e Mentora Materna)
Tema: Bate papo sobre Saúde Mental.

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