Semana de conscientização da anemia falciforme destaca a importância do teste do pezinho

Por Polliana Martins

18 de junho de 2019

Por Polliana Martins

18 de junho de 2019


Foto: Claudivino Antunes

Na tarde desta segunda-feira, 17, palestras na recepção e nas salas de espera da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasicon, em Aparecida, chamaram a atenção das pessoas para a anemia falciforme, doença crônica cujo Dia Mundial de Conscientização será amanhã, quarta-feira, 19 de junho. Dentre as orientações, destaca-se a importância do teste do pezinho nos bebês com até 29 dias de vida para o diagnóstico da doença antes mesmo da manifestação dos sintomas.

A mobilização terá, ainda, mais palestras nas demais UPAs e nas escolas municipais e uma blitz educativa amanhã, quarta-feira, das 8h às 12h, em frente ao Aparecida Shopping, com aferição de pressão e exames de glicemia feitos pela equipe itinerante do ônibus do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). Já no dia 29, das 10h às 16h, um almoço vai encerrar as atividades e celebrar os 4 anos da Associação de Anemia Falciforme Karoliny Vitória de Aparecida de Goiânia (AAFKVAPG) na sede da mesma, no Setor Cidade Vera Cruz II, com distribuição de brindes para os pacientes.

Diagnóstico para viver melhor

As ações fazem parte da série de atividades educativas promovidas em parceria entre a Prefeitura e a Associação. Na segunda-feira, João Ivan Ferreira e Necy Freire de Moura, presidente e vice da instituição, distribuíram panfletos e falaram para usuários e servidores da UPA Brasicon. Muita gente aproveitou para tirar dúvidas, como a costureira Maria de Lurdes Calixto, 61 anos, que aprendeu a importância do diagnóstico precoce: “Já tinha ouvido falar dessa anemia, só não sabia que era tão dolorosa e passa dos pais para os filhos. Tem que fazer o teste do pezinho para saber se o bebê tem a doença e começar a tratar logo para ele viver melhor.”

O exame que identifica a anemia falciforme em bebês é a eletroforese de hemoglobina, incluída desde 2001 no Brasil no teste do pezinho para um diagnóstico já no nascimento. João Ivan ressalta que o procedimento é feito majoritariamente na rede pública. “Essa é mais uma batalha nossa, a de que os planos de saúde incluam esse exame no teste do pezinho e a rede privada amplie esses diagnósticos no País”, defende o presidente da Associação.

HC: referência para Goiás

Necy Freire explica que há em Aparecida 200 portadores da doença encaminhados pela Saúde Municipal para tratamento no Hospital das Clínicas (HC) em Goiânia. Eles estão entre os 5000 vindos de todo o Estado e atendidos naquela unidade, que é referência na atenção à anemia falciforme em Goiás. “Trabalhamos por uma vida mais digna para essas pessoas, com informação, apoio e atendimento adequado. Eles já sofrem com os sintomas e com o pouco conhecimento da maioria das pessoas sobre essa doença. Em breve levaremos nossas demandas ao governador em busca também do apoio do governo estadual a essa causa”, afirma.

A doença

A anemia falciforme é uma doença crônica transmitida hereditariamente dos pais para os filhos e é predominante em pessoas afro-descendentes, mas também ocorre em outras etnias. Há pacientes que têm indicação e doador compatível para o transplante de medula óssea e consequente cura, mas, mesmo assim, precisam de acompanhamento clínico. Os sintomas mais comuns são anemia, palidez, icterícia, dores intensas no corpo e infecções de repetição. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), há entre 30 mil e 50 mil pessoas com alguma doença falciforme no Brasil, e, no mundo todo, as estimativas são de que, a cada ano, nasçam entre 300 mil e 400 mil crianças com essas mutações genéticas, 230 mil apenas na África Subsaariana.

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