Upas de Aparecida participam de projeto nacional de prevenção e tratamento de infecções generalizadas

Por Poliana Martins

5 de julho de 2019

Por Poliana Martins

5 de julho de 2019


Foto: arquivo/divulgação

As três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h) de Aparecida de Goiânia estão entre as 60 escolhidas em todo o País para participar de um projeto inédito para identificação e tratamento precoce da sepse (infecção generalizada) em pacientes adultos nas UPAs em 15 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa visa preparar os profissionais para implantar protocolos de rastreamento, reconhecimento dos casos e de medidas imediatas para tratamento dessa patologia que atinge aproximadamente 600 mil pacientes por ano no Brasil e é responsável por 25% da ocupação de leitos em UTI nacionalmente.

O projeto tem duração de 18 meses e é fruto da parceria entre a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, o Ministério da Saúde (MS), o Institute for Healthcare Improvement (IHI) e o Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS). “É um trabalho muito importante, além de ser um reconhecimento nacional do trabalho desenvolvido nas nossas UPAs. A taxa de mortalidade por sepse no Brasil atinge 55% dos casos em UTIs e ela gera custos altíssimos porque seu tratamento exige muito esforço dos profissionais, medicamentos específicos e equipamentos sofisticados. Esse projeto, além de poder salvar vidas e reduzir sofrimentos, também vai aprimorar o atendimento prestado à população desde a triagem até os procedimentos adotados e os encaminhamentos para UTIs de hospitais”, destacou o secretário municipal de Saúde, Alessandro Magalhães.

Segurança e eficiência

Segundo a diretora de Urgências da Secretaria de Saúde (SMS) de Aparecida, Amanda Melo, o projeto prevê, além do treinamento avançado das equipes, a implantação de fluxos e protocolos nas UPAs para reconhecimento e tratamento precoces da sepse, reconhecimento das falências orgânicas, rastreamento de casos suspeitos, administração de antibióticos, coleta de culturas e outros exames laboratoriais. “Tudo isso vai gerar uma mudança positiva para os pacientes e para os profissionais, aperfeiçoando o trabalho nas UPAs e garantindo mais segurança e eficiência nos tratamentos. Poderemos identificar, por exemplo, quando alguém com sepse chegar na unidade e já iniciaremos o tratamento adequado”, afirma ela.

A doença

A sepse, popularmente conhecida como infecção generalizada, é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção. Ela pode causar queda na pressão arterial, redução de fluxo sanguíneo e lesões nos órgãos, sonolência, confusão mental, diminuição da produção de urina, queda nas plaquetas, alterações na coagulação sanguínea, distúrbios respiratórios e disfunção cardíaca. Ela atinge, principalmente, bebês prematuros, crianças abaixo de um ano, idosos acima de 65 anos, pacientes com câncer, AIDS ou que fizeram uso de quimioterapia ou outros medicamentos que afetam as defesas do organismo, doentes crônicos, usuários de álcool e drogas e pacientes hospitalizados que utilizam antibióticos, cateteres ou sondas.

Segundo dados do MS, a sepse causa, anualmente, cerca de 670 mil óbitos no Brasil, dentre pacientes hospitalizados e atendidos nos serviços de urgência e emergência. “É uma doença grave que requer tratamento rápido e preciso com a imediata instituição de antibiótico de acordo com o foco infeccioso. Se não for tratada, pode levar à morte, especialmente em pacientes de UTIs. Porém, se for detectada logo, as chances do tratamento ser bem-sucedido aumentam muito”, ressalta o secretário de Saúde.

Seleção nacional

A escolha das UPAs para sediar o projeto foi feita pelo MS, que selecionou 60 em todo o País nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Em Goiás foram escolhidas duas em Goiânia, uma em Anápolis e as três de Aparecida: Brasicon, Flamboyant e Buriti Sereno. Em cada uma, quatro servidores (da administração e das áreas da medicina e da enfermagem) da SMS são responsáveis pelo acompanhamento das atividades. Ao longo do projeto, esses profissionais e gestores da SMS terão reuniões, presenciais e via internet, com as instituições envolvidas, para o diagnóstico dos trabalhos, análise dos resultados obtidos e troca de experiências.

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