Cozinha terapêutica pode transformar a vida de pacientes com deficiência

Aparecida de Goiânia, 24 de novembro de 2016 – A Cozinha Terapêutica do Ambulatório Multiprofissional de Aparecida de Goiânia (AMAG) está transformando a rotina de vários pacientes com deficiência, que frequentam a unidade. É que quem faz parte desse projeto pode conseguir mais independência e funcionalidade na realização de tarefas do cotidiano. Pensando nisso, na manhã desta quinta-feira (24) a equipe multidisciplinar do AMAG realizou uma oficina da Cozinha Terapêutica entre os próprios profissionais, simulando patologias neurológicas, visuais e motoras.

Alguns profissionais cozinharam com venda nos olhos, outros, que são destros, tentaram realizar as atividades na cozinha com a mão esquerda ou simulando tremor no braço, por exemplo. “Nosso objetivo é fazer com que a equipe vivencie a experiência do paciente, se coloque no lugar dele para enxergar as dificuldades que eles encontram na hora de executar tarefas como descascar ou picar um alimento, por exemplo. Com isso, melhorar a nossa assistência”, destacou a diretora do AMAG, Carolina Rodrigues Almeida.

A Cozinha Terapêutica do AMAG começou em junho deste ano. Os idealizadores Cinnara Katiucy (terapeuta ocupacional), Gisele Nunes (terapeuta ocupacional), Valéria Ribeiro (terapeuta ocupacional), Isabel Cristina Barbosa (psicóloga) e Marcelo Veiga Oliveira (terapeuta ocupacional) iniciaram as primeiras receitas. “A proposta inicial era fazer bolos, pizzas, brigadeiros e outros para aniversários dos pacientes. Depois a cozinha cresceu e com o comprometimento da equipe transformamos o espaço também para compartilhar amor, carinho, conversas e ainda conseguimos trabalhar a reabilitação física, cognitiva e social”, comemora Cinnara Katiucy.

A cozinha terapêutica funciona segunda, terça e quarta no AMAG e hoje conta com 17 pacientes. Para participar, é necessário ser paciente da unidade e passar por uma avaliação da equipe multidisciplinar. Os grupos de cozinha possuem pacientes vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), com Parkison, depressão e outros transtornos, além de pessoas com Traumatismo Raqui Medular, Pós Operatório de túnel do carpo e Ataxia.

“Mais que vivenciar a cozinha, os pacientes aprendem que os movimentos, a iniciativa, os resultados obtidos ultrapassam as paredes desse espaço. Aqui eles aprendem também executar em casa movimentos simples como beber água, comer, fazer sua escovação, sua higiene pessoal e vestir-se. Proporcionar essa independência é dar mais vida aos pacientes”, enfatizou a terapeuta Cinnara Katiucy.

AMAG

Desde 2005, o Centro de Reabilitação de Aparecida funcionava em uma casa com espaço restrito, no setor Nova Era. Com a gestão do prefeito Maguito Vilela, Carolina Rodrigues conta que recebeu a missão de ampliar os serviços e, para isso, precisava de um novo espaço. Por essa razão, em agosto de 2015 surgiu o AMAG, que passou a funcionar em um prédio amplo e abrigar vários atendimentos de saúde, além da reabilitação. No espaço funcionava antes uma escola, por isso possui salas amplas, e também foi totalmente adaptado pelo proprietário para o funcionamento do centro ambulatorial.

Com a mudança de local, o espaço passou a contar com várias atividades, além do atendimento ambulatorial médico, no AMAG funcionam o Centro de Referência do Idoso, o Centro de Reabilitação, o Programa de Hipertensos e Diabéticos (Hiperdia), oficina terapêutica, cozinha terapêutica, grupo de coluna, grupo de tabagismo, grupo do idoso e bocha (modalidade esportiva paraolímpica).

O AMAG possui 15 consultórios, sala de fisioterapia, sala para estimulação infantil, salas administrativas, sala de reuniões, banheiros adaptados, espaço multiprofissional, cozinha terapêutica, sala de oficina terapêutica, duas salas de arquivo, sala de triagem (onde são realizadas aferição de pressão, peso e altura), recepção, chequinho, depósito de materiais de limpeza, depósito de alimentos, copa e cozinha.