Com o objetivo de monitorar a pandemia de Coronavírus na cidade, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia realizou, de 8 a 13 de maio, um inquérito populacional para conhecer o número de pessoas que já tiveram a doença e desenvolveram anticorpos. A pesquisa, pioneira no estado, foi realizada em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e compreendeu a aplicação de testes rápidos para identificação da Covid-19 e de questionários socioepidemiológicos em 1.208 moradores distribuídos em sete regiões da cidade. Apenas cinco participantes apresentaram resultado positivo, indicando que já tiveram contato com o Coronavírus.
As residências que receberam a equipe da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foram escolhidas aleatoriamente. Durante cinco dias, profissionais de saúde e pesquisadores percorreram os locais definidos. A testagem foi realizada a partir da coleta de uma gota de sangue da ponta do dedo do entrevistado colocada sobre a superfície do teste, que indicava se a pessoa já teve contato com o novo Coronavírus e se desenvolveu anticorpos para a doença. Enquanto o resultado do exame ficava pronto, o que leva cerca de quinze minutos, foi aplicado um questionário com perguntas relevantes para as análises estatísticas.
Com o resultado de que cinco pessoas já tinham se infectado na cidade e não tinham conhecimento disso, a equipe técnica responsável pela pesquisa constatou que a prevalência é de 0,41%. Aplicando esse percentual na população de Aparecida e segundo os dados sobre os casos confirmados à época, concluiu-se que a cada caso notificado pela SMS, 17 passam despercebidos. “São pessoas assintomáticas que não procuram a rede municipal de Saúde”, avaliou o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães.
Quanto ao isolamento social, com margem de erro de 3%, a pesquisa realizada apontou dados relevantes tais como: 87,6% dos entrevistados disse que não teve contato próximo (menos de um metro) com um portador da Covid-19 e 2,7% tiveram esse contato; 49% disse ter cumprido o isolamento social mas que alguém da casa teve que sair para trabalhar; 35,8% cumpriram e ainda estão em isolamento; 11,5% cumpriram o isolamento até a duas semanas atrás e depois saíram e 3.6% afirmou não ter mudado em nada a sua rotina durante o período de isolamento.
“A partir dessa pesquisa inferimos uma série de informações. Três delas são muito interessantes: depois da flexibilização, 23% da população mudou o comportamento. Apenas 20% utiliza transporte coletivo para se locomover e o home office não foi uma prática usual em nossa cidade”, afirmou Alessandro.
Já em relação ao uso de máscaras, 64% afirmaram que as usam desde o início de março; 28,4% só nas últimas três semanas; 7% só de vez em quando e 0,6% afirmaram não ter usado máscara. Quanto ao hábito de lavar as mãos ou usar álcool em gel para higienizá-las quando se está fora de casa, 77,1% responderam que o fazem sempre; 13,1% na maior parte do tempo; 6,9% ocasionalmente e 3% raramente.
Segundo dados coletados até esta terça-feira, 19, Aparecida de Goiânia tem 207 casos confirmados de Covid-19, com 105 já recuperados e oito óbitos. “A Prefeitura de Aparecida está fazendo a tarefa de casa. Estamos testando a população tanto por meio desta pesquisa por amostra de domicílios com o teste rápido, quanto pelo RT-PCR, padrão ouro, em pacientes com prescrição médica atendidos nas unidades de Saúde”, afirma Alessandro.
O secretário lembra que a cidade ampliou a testagem para diagnóstico do Coronavírus com exames do tipo RT-PCR que identifica a doença na fase aguda: “Passamos de 15 testes semanais para mais de 300 e o nosso objetivo é fazer esse número diariamente”. Os exames já foram realizados em mais de 1.500 moradores e 86% foram negativos. “É uma somatória de forças e iniciativas que nos permite traçar estratégias de enfrentamento à Covid-19”, destaca.
Além das testagens, desde março a cidade realiza outras ações de prevenção e enfrentamento à Covid-19, como a ampliação do número de leitos de UTIs, fiscalização de atividades econômicas que estão funcionando e agendamento de consultas em até 48h para pacientes com sintomas leves da doença, dentre outras. O município conta, atualmente, com 123 leitos hospitalares exclusivos para tratamento da Covid-19 destinados a pacientes do SUS, sendo 63 UTIs e 50 semi-UTIs. Até esta quarta-feira, 20, a taxa de ocupação dos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo da rede pública exclusivos para tratamento da doença está em 16%.
“Uma das propostas é trabalhar a regionalização. Nossa cidade é diversa e cada região será tratada de uma forma. O inquérito populacional nos auxiliará nesse quesito”, pontou Alessandro Magalhães.
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