Recebeu alta na manhã desta segunda-feira (01), no Hospital Municipal de Aparecida (HMAP) o paciente Mario Ney Lima, de 50 anos de idade. Ele, que compõe o grupo de 14 pacientes vindos do Amazonas para receber tratamento contra a Covid-19 em Aparecida de Goiânia, foi o sexto a se recuperar da doença e a deixar o hospital. Mário chegou ao Hmap no dia 18 de janeiro, onde ficou internado na enfermaria, juntamente com os outros pacientes manauaras que vieram à cidade após o colapso da rede pública de Saúde ocorrido em Manaus, no mês de janeiro
De acordo com a direção do hospital, o paciente teve um agravamento do quadro respiratório e foi transferido para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Após os dias de tratamento em Aparecida, agora curado, o paciente agradeceu ao atendimento. “Aqui é show de bola. O tratamento foi maravilhoso. Eu não tenho nem como mensurar. Foi 100%. Uma realidade completamente diferente da que está acontecendo no meu estado. Eu não sei nem o que falar. Eu só tenho a agradecer a todos vocês” – relatou emocionado Mário, rodeado pela equipe multiprofissional que atua diretamente no tratamento dos pacientes com Covid-19 da unidade.
Ao sair pelo corredor da vida como tem sido chamado, Mário, que é funcionário público, conta que por não ter nenhuma comorbidade e não ser idoso, não estava dentro do grupo de pessoas classificadas como de risco. “Não fumo e pratico exercícios físicos com regularidade. Não faço parte do grupo de risco, mas peguei a doença em uma viagem com a família para Fortaleza. Meus sogros contraíram, meu sogro faleceu e minha sogra ainda está internada. Minha esposa fez tratamento em casa. Mas eu achei que não ia escapar. Foi então que apareceu a oportunidade de vir tratar aqui em Aparecida. Agora, segundo os médicos, serão ao menos quatro meses de exercícios e respiração para poder voltar ao normal. Me passaram dieta e tudo o que preciso fazer para me recuperar por completo” – relatou ele, que vai ficar em uma casa de repouso até o retorno para o Amazonas.
Quando questionado sobre a resistência à necessidade de isolamento, Mário Ney Lima foi taxativo: “É uma questão de consciência, de vida, de saúde. Não tem porque as pessoas estarem brigando para estarem nas ruas sabendo que podem se contaminar a qualquer momento. É por isso que eu digo: isso vai passar. Tá demorando um pouco, são muitas as dificuldades, mas vai passar. O que que custa você ficar em casa? Esse negócio de sair pra beber não tá certo. Compra sua cerveja e bebe em casa. Faz o seu churrasco em casa. Vai passar, evita sair. É só uma questão de consciência”.
Acolhendo os manauaras
O HMAP recebeu um total de 14 pacientes oriundo de Manaus. Desses, 6 já receberam alta hospitalar. A coordenadora do setor de fisioterapia e terapia ocupacional do HMAP, Eliene Rosa da Silva, explica que o grupo de pacientes vindos do Amazonas está sendo atendido por uma equipe exclusiva, separadamente dos pacientes locais. “Infelizmente quatro pacientes do grupo vieram a óbito. Mas já conseguimos salvar seis vidas e estamos nos empenhando para salvar os outros quatro que recebem tratamento aqui. Três deles estão na UTI e um na enfermaria”, comentou ela.
Segundo a equipe do HMAP, o primeiro óbito ocorreu na tarde de segunda-feira, 25 de janeiro: uma mulher de 58 anos que apresentou piora do quadro clínico e faleceu em menos de 12 horas após o agravamento. O segundo foi às 7h36 da terça-feira, 26 de janeiro: um homem de 46 anos que estava na UTI. O terceiro ocorreu às 23h16, também na terça: uma mulher de 57 anos que estava na UTI desde que chegou ao HMAP. O quarto foi um homem de 58 anos falecido às 2h50 na sexta-feira, 29 de janeiro.
Vinda para Goiás
O avião que trouxe 18 pacientes vindos do Amazonas aterrissou na Aeroporto Santa Genoveva (Goiânia) às 23h20 do último dia 18 de janeiro. No local, já estavam a postos ambulâncias do Samu de Goiânia para fazer a transferência de 6 pacientes para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HCUFG) e de outros 12 para o HMAP, sendo que, no meio da madrugada, dois que estavam no HC foram transferidos para Aparecida.
Futuras altas médicas
Quanto a futuras altas, o secretário de Saúde Alessandro Magalhães esclarece que, agora, do grupo de Manaus, ainda há 4 pacientes no HMAP: “Aguardamos mais altas para os próximos dias e os profissionais estão empenhamos em oferecer a melhor atenção possível para os pacientes”.
O prefeito Gustavo Mendanha lamentou as vidas perdidas por causa da Covid-19 e destacou que “a pandemia não acabou, a população precisa manter o distanciamento social e os cuidados preventivos, como a higienização das mãos e o uso de máscaras sempre que estiver na rua ou com outras pessoas.”
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