Agenda do Setembro Amarelo se encerra com seminário sobre prevenção ao suicídio, às drogas e violências

Por Frederico Noleto

26 de setembro de 2019

Por Frederico Noleto

26 de setembro de 2019


Foto: Ênio Medeiros

O “VII Seminário de Saúde Mental: Prevenção ao Suicídio, drogas e violências nos diferentes contextos” encerrou oficialmente a agenda do Setembro Amarelo em Aparecida. O evento, promovido em parceria com a Faculdade Alfredo Nasser (Unifan), aconteceu no auditório da instituição e debateu as complicações causadas pela depressão e a promoção de novas dinâmicas às políticas públicas de prevenção ao suicídio no município. “Nosso trabalho dura o ano inteiro, não apenas em setembro. Mas este tipo de seminário é muito importante para ajudar a mobilizar as pessoas para promoção do cuidado ao outro e do autocuidado com qualidade” – pontuou a coordenadora da Saúde mental de Aparecida, Carolina Sartori.

“Não adianta pegar aquele garoto que mora em uma casa que mal o cabe, junto aos seus nove irmãos, tirar a droga dele e não dar nenhuma sustentação a mais. O que eu vou fazer com ele se não forem dados os instrumentos para que continue a viver? Por isso me dá uma imensa alegria ver as realizações que têm acontecido nesta cidade. Investir contra a violência, na prevenção ao uso de drogas é isso: aulas de balé e de pilates nos locais públicos, a criação de espaços de lazer, investir em danças populares, cinema na praça e na prevenção ao álcool e outras drogas. Não é chegar na pessoa e falar para não usar sem oferecer opções que preencham a vida, os sentimentos e os espaços não ocupados dela. O prefeito Gustavo Mendanha merece os meus cumprimentos. O orgulho é tanto que estou escrevendo sobre o trabalho realizado pela Prefeitura em minha tese de doutorado, sobre ações sociais como fator de proteção” – lembra a conferencista Paula Cândida da Silva Dias.

O promotor de justiça Reuder Cavalcante Motta, que participou como representante do Ministério Público do Estado de Goiás (MP/GO), lembrou da importância dessa junção do meio acadêmico com a prefeitura. “Acho que a universidade tem muito a contribuir com o avenço das políticas públicas dos municípios e consequentemente na formação do capital humano. E para formação de um pais e de uma sociedade livre e justa. Nós temos muitas carências e a questão do suicídio e das doenças mentais é uma área que diz respeito a um trabalho muito árduo e as pessoas têm uma dedicação enorme. Quero parabenizar a todos e dizer que o Ministério Público está unido nesta missão” – completa Reuder.

Estudantes da Unifan participam do Setembro Amarelo em parceria com a SMS

“Estou aqui para fazer um convite sobre o olhar que nós estamos tendo e focar no cuidado diário da questão da prevenção ao suicídio. Quando vemos a imagem de uma criança na rua consumindo algum tipo de entorpecente, o que se observa de imediato? Eu vejo uma criança que está suja, mal cuidada, e que deveria estar na escolar. A última coisa que eu vejo é a droga. O que nós estamos olhando primeiro, o contexto, a vida, ou a droga? Essa é uma das primeiras perguntas que precisamos fazer. Muitas vezes é preciso se livrar da verdadeira paranoia da droga em si e olhar para o contexto do uso da droga. É neste ponto em que muitas vezes falhamos” – provoca a conferencista.

Os dados
A depressão é considerada a principal doença causadora de incapacidade no mundo e contribui de forma severa para a contração de diversos outros males, em alguns casos podendo inclusive levar a pessoa a atentar contra a própria vida. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofrem de depressão em todo mundo. O Ministério da Saúde descreve a depressão como uma doença que afeta o nosso emocional e que se manifesta sob a forma de tristeza profunda, falta de apetite, de ânimo, pessimismo e baixa auto-estima. Esses sintomas aparecem com frequência e geralmente combinam-se entre si. Se você sofre deste mal, fique atento para reconhecer os sintomas e procurar a ajuda dos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), sem custo algum.

Em Aparecida de Goiânia foram notificados 3.487 casos de violência interpessoal ou autoprovocada entre 2010 e 2019, sendo 921 casos de autoagressão. Desses casos, 68% ocorreram com pessoas do sexo feminino, com predomínio em jovens de 15 a 29 anos.4. Uma média de 29,3 óbitos por tentativa de suicídio no período de 2010 a 2018, com taxa de mortalidade por lesões autoprovocadas em 2018, de 6,01 óbitos para cada 100 mil habitantes. Os números se equiparam à media apresentada no Estado de Goiás, que apresentou taxa de 6,85 óbitos por 100 mil habitante no mesmo ano. Paula Candida da Silva Dias é graduada em Enfermagem (PUC/GO) e especialista em Saúde Mental de Dependência Química, Saúde Mental Infanto-Juvenil, Enfermagem do Trabalho, dinâmica de Grupo e coordenação de equipes em andamento; é mestre em Atenção à Saúde (PUC/GO) e doutoranda em Enfermagem (UFG). Ela já foi coordenadora da Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida.

Corrida pela vida
A 9ª edição do Projeto Correndo Pela Vida – Contra as Drogas acontece no dia 06 de outubro. A concentração terá início às 7h, em frente ao novo Paço Municipal, na Avenida Gervásio Pinheiro, Setor Solar Central Park. Os percursos são de cinco e 10 quilômetros, onde os atletas passarão por pontos turísticos e históricos da região central de Aparecida. “O projeto Correndo Pela Vida inclui concurso de redação, blitz educativas e um seminário temático da luta contra o consumo de drogas. A corrida é o ponto final de todas essas ações, pois o esporte é uma peça importante na luta e combate ao uso de entorpecentes” – conta Júlio Lemos, organizador do evento.

Estiveram presentes o secretário municipal de Governo, Fábio Passáglia; o superintendente de Atenção à Saúde, Gustavo Amoury; e a coordenadora do programa Consultório Na Rua, Adrielle Souza. “O prefeito Gustavo Mendanha merece os meus cumprimentos. O orgulho é tanto que estou escrevendo sobre este trabalho na minha tese de doutorado, sobre ações sociais como fator de proteção. Não é apenas uma Corrida Pela Vida, a Secretaria está fazendo um trabalho pontual para despertar a atenção das pessoas, mas é realizado um belo trabalho, o ano inteiro. Acredito muito nesta construção compartilhada. Quero dizer aos que trabalham na ponta do atendimento que o trabalho de vocês está dando certo sim. Olhem para Aparecida com este olhar e lembrem-se de tudo o que o município está fazendo em relação ao fator de proteção. Para mim investir em redução da violência e do uso de drogas é isso” – completa Paula.

Equipe da Saúde Mental durante seminário de prevenção ao suicídio, drogas e violências

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