Grupos de catira de Aparecida são destaque em documentário nacional

9 de maio de 2017

9 de maio de 2017


Foto: Fabiano Araújo

Aparecida de Goiânia, 19 de Outubro de 2013 – Os grupos de catira de Aparecida Os Filhos de Aparecida e As Meninas de Aparecida participaram neste sábado, 19, da gravação do documentário ‘Catira: uma tradição de 450 anos’, produzido pela Fundação Cultural de Uberaba/MG (FCU), ligada à Secretaria de Cultura do município. A filmagem foi realizada no Centro Municipal de Cultura e Lazer José Barroso, no espaço denominado Fazendinha, destinado às manifestações de cultura regional. Em seguida, foram realizadas fotos com os membros do grupo de catira na Praça da Matriz, em frente a tradicional Paróquia Nossa Senhora Aparecida.

“O convite para o documentário surgiu a partir da participação do grupo Os Filhos de Aparecida no Festival Nacional de Catira, que é realizado todos os anos em Uberaba”, explicou o secretário de Cultura, Eliezer Guimarães. Neste mesmo festival, o grupo aparecidense foi campeão nacional em 2010. Neste ano, 2013, com a regionalização das disputas, o grupo foi o campeão goiano de catira.

De acordo com a presidente da Associação dos Catireiros, Foliões e Quadrilha de Aparecida de Goiânia, Niumarí Alves Siqueira, tanto a participação do grupo no festival nacional como a sobrevivência da tradição no município se devem ao “apoio prestado pela prefeitura, por meio das secretarias de Cultura e Educação”. Além de servidores, as pastas fornecem manutenção dos violões e violas do grupo de violeiros Tradição Aparecidense, que muitas vezes acompanha os catireiros; uniformes; sapatos e botas; e transporte para apresentações pelo interior do Estado e até pelo país.

João Brito de Oliveira Filho, um dos pioneiros do Filhos de Aparecida, é um exemplo dessa cooperação. Integrante do grupo há 13 anos – primeira formação foi há 14 – ele é servidor da Secretaria de Cultura à disposição da associação. Condição que permite se apresentar com o grupo e contribuir para a difusão da cultura no município, já que os catireiros da associação ministram aulas gratuitas para crianças e jovens que se interessem pelo catira. “Comecei a dançar na Igreja São João Batista de Aparecida, onde existia o grupo Bailão de Peão. Logo surgiu o convite da Niumarí para o grupo da associação, que já fazia apresentações fora, e foi muito bom”, lembra João Brito.

Catira: uma tradição de 450 anos

Além de Aparecida, o documentário realizado pela FCU já percorreu, em Goiás, as cidades de Joanápolis, Silvânia e Itaguari. Nos próximos dias captarão imagens em Rio Verde e Mineiros. Segundo o diretor do documentário, Eduardo Ferreira, da produtora Digital Vídeo de Uberaba, cerca de 40 grupos de todo o país devem participar do vídeo. “Visitaremos pelo menos 30 cidades dos estados de Minas, Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A expectativa é concluir toda a captação de imagens em 28 de dezembro e a edição do documentário em fevereiro do ano que vem”, pontuou o diretor, que viaja com equipe reduzida, composta por mais três profissionais que fazem desde fotografia, filmagem, produção e edição.

O objetivo do projeto é encontrar os Grupos de Catira existentes para recuperar sua história, através de pesquisas, disponibilizando à população, o histórico dessa manifestação. “Queremos mostrar como começou, quais as dificuldades enfrentadas pelos grupos, porque e como ainda sobrevivem. E o que a gente mais percebe é o amor das pessoas por essa cultura”, frisou Eduardo Ferreira. Segundo ele, todo o material colhido será organizado por um historiador da Fundação Cultural de Uberaba. O material comporá ainda um livro ilustrado, com imagens, letras das músicas e depoimentos.

O acervo final da pesquisa será disponibilizado num site, uma forma de recuperar e disponibilizar à toda a população a história do catira, a primeira forma cultural genuinamente brasileira. O projeto tem o selo da Lei Rouanet e conta com o patrocínio da empresa VALE S/A, além de apoio da Universidade de Uberaba (UNIUBE) e da Associação Cultural Casa do Folclore.

FILHOS DE APARECIDA – O grupo de catira Filhos de Aparecida foi formado há 14 anos e vários jovens e adultos já passaram por ele. Atualmente, a formação oficial no palco varia entre seis e oito catireiros, mas o grupo é composto por dez membros que se revezam nas apresentações por todo o país. Não existe limite de idade para participar do grupo, que também ministra aulas gratuitamente para crianças e jovens na Associação de Catireiros, Violeiros e Quadrilhas de Aparecida. A partir desta iniciativa, a associação formou o grupo feminino, As Meninas de Aparecida, composto por 15 meninas com idade entre 3 e 16 anos. O grupo foi formado há oito anos.

 

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