1 a cada 3 empresas de Aparecida é liderada por mulheres

De 94 mil CNPJs ativos no município, 29 mil têm mulheres como proprietárias ou sócias; “desafio significativo”, diz empresária sobre a rotina como empreendedora

Enquanto retoca o batom a caminho do trabalho, a contadora Cláudia Manzan segue para o seu escritório no Jardim Monte Cristo, em Aparecida, mentalizando as decisões que precisa tomar nas horas seguintes. É mais um dia de agenda cheia de compromissos na Exata Contabilidade, empresa aberta por ela em 1992. Cláudia é mais uma das quase 30 mil mulheres aparecidenses que tocam o próprio negócio.

Segundo a Secretaria da Fazenda de Aparecida, o município tem 29.397 empresas pertencentes a mulheres. Num universo de 94.014 CNPJs ativos na cidade, os negócios administrados por empreendedoras representam 31,2% desse total.

E esse número segue crescendo. Dados da Junta Comercial do Estado de Goiás apontam que só neste primeiro bimestre do ano, Aparecida deu as boas-vindas a 179 novos empreendimentos com mulheres no quadro societário.

“É um espelho da representatividade cada vez maior das mulheres no empreendedorismo e, consequentemente, no equilíbrio econômico da nossa cidade”, diz Ana Paula Vilela, superintendente de Receitas Tributárias de Aparecida.

Ana Paula enaltece a iniciativa da contadora Cláudia Manzan e das dezenas de milhares de empreendedoras de Aparecida. Com mais empresas em atividade, a cidade segue gerando empregos, renda e arrecadação tributária, que retorna para a população em serviços públicos prestados pela gestão municipal, explica ela.

Aos 53 anos, Cláudia Manzan procura fazer sua parte para gerar empregos e promover a inclusão das mulheres no mercado de trabalho. O público feminino representa 70% do total de colaboradores do seu escritório de contabilidade.

“A pouca representatividade é um desafio significativo no empreendedorismo feminino, pois muitas vezes as mulheres empreendedoras não encontram modelos de referência que compartilhem suas experiências e desafios específicos”, diz Cláudia, que está na carreira de contadora desde 1991.

Principais desafios das empreendedoras

Para Cláudia, os principais desafios da rotina das mulheres empreendedoras são a dupla jornada e a representatividade feminina ainda a ser conquistada.

A cabeleireira Diandra Magalhães, que tem um salão de beleza no setor Jardim Belo Horizonte, concorda com Cláudia. Ela acrescenta: “Permanecer no mercado, acho que é o maior desafio; por isso, a necessidade de atualização, muito conhecimento e fazer a diferença. Empreender é nunca estar na sua zona de conforto, é pensar sempre à frente, e nunca desistir”.

Tocando o Studio Diandra Tully há 18 anos, Diandra não se arrepende da escolha que fez em 2006. “Posso te garantir que sou uma profissional muito feliz, principalmente por fazer aquilo que amo, mesmo com alguns obstáculos.”

Igualdade é política de governo, diz o prefeito Vilmar Mariano

Quando assumiu a administração de Aparecida, o prefeito Vilmar Mariano se comprometeu a investir na inclusão e na proteção das mulheres. E um dos seus primeiros atos como chefe do Poder Executivo foi criar a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres. Ela é gerida desde então por Eudenir de Souza, a Tia Deni.

“A mulher tem de estar no lugar onde ela quer estar. Por isso, a igualdade de gênero não é meta da minha administração, é política de governo mesmo, um objetivo com o qual todos nós devemos nos comprometer”, pontua Vilmar.

Vilmar também sancionou a Lei Complementar 208/2023, que cria a Patrulha Guardiã Maria da Penha. Em meio às ações de valorização da população feminina, o prefeito ainda ampliou a presença de profissionais mulheres no 1º escalão da administração.

Além de Tia Deni, empossou como secretárias municipais a primeira-dama Sulnara Santana (Assistência Social); Pollyana Oliveira (Governo); Professora Idelma Oliveira (Educação); Valéria Pettersen (Meio Ambiente e Sustentabilidade) e Brunna Lomazzi (Transparência, Fiscalização e Controle).

O prefeito Vilmar finaliza: “Parabéns, mulheres, pelo Dia Internacional das Mulheres. O 8 de março é uma data simbólica, mas o dia de vocês acontece o ano inteiro”.