Aparecida de Goiânia, 22 de fevereiro de 2016 – Aparecida de Goiânia pode ser o primeiro município goiano a realizar testes com o Aedes aegypti transgênico. O objetivo é reforçar o combate às principais doenças transmitidas pelo mosquito comum como dengue, chikungunya, febre amarela e zika. Nesta segunda-feira (22), a secretária municipal de Saúde, Vânia Cristina Rodrigues, esteve em Campinas (SP) para conhecer a Oxitec, empresa britânica e pioneira no Brasil na produção de mosquitos geneticamente modificados.
A secretária foi acompanhada pela diretora e pelo coordenador do departamento de Vigilância em Saúde Ambiental, Fernanda Fagundes e Iron Pereira, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “A nossa intenção é trazer a tecnologia para Aparecida, já que depois dos testes com o mosquito transgênico, a prefeitura de Piracicaba registrou uma diminuição de 96% nos índices de infestação”, contou a secretária Vânia Cristina.
O OX513A, também conhecido como “Aedes aegypti do bem”, são mosquitos machos produzidos em laboratório com dois genes diferentes do vetor original. “Os insetos são liberados no ambiente, e ao cruzarem com as fêmeas, transferem o material genético para sua prole, que morre ainda em estado larval, diminuindo a população do mosquito”, explicou o gerente de negócios da Oxitec, Claudio Fernandes, que apresentou o projeto à equipe da SMS, em São Paulo.
Segundo a Oxitec, em laboratório, ovos dos Aedes aegypti recebem uma microinjeção de DNA com dois genes. Um para produzir uma substância que impede seus descendentes de chegarem à fase adulta na natureza e outro para identificá-los sob uma luz específica, para que pesquisadores possam monitorá-los.
Indagado sobre a eficácia e os riscos do projeto, o gerente de negócios da Oxitec, Claudio Fernandes, garantiu que a população de Aparecida pode ficar tranquila, caso a inovação chegue ao município. “Todos nossos estudos científicos publicados no Brasil e no exterior comprovam a eficácia da tecnologia que é amiga do meio ambiente e não oferece risco de transmissão de doenças, já que o mosquito tem uma descendência inviável. O projeto visa ainda auxiliar o poder público nas estratégias de combate, uma vez que após o controle da população do mosquito silvestre, os governos podem dedicar-se a estudos e ações efetivas”, garantiu o gerente de negócios.
Ainda de acordo com informações da Oxitec, apenas machos são liberados na natureza e não oferecem risco porque se alimentam apenas do néctar de flores. Isso significa que ninguém será picado pelo inseto transgênico. Como os filhotes morrem antes de chegar à fase adulta, também não há risco de uma superpopulação do mosquito modificado.
Nesta terça-feira (23), a secretária Vânia Cristina Rodrigues vai conhecer o local onde os mosquitos do bem são produzidos, em Piracicaba. O objetivo é entender melhor, e de perto, o processo de criação e manejo do Aedes aegypti transgênico. “Essa é mais uma ação que demonstra o comprometimento da atual gestão na luta contra o mosquito Aedes aegypti. Mesmo assim, é preciso a colaboração nessa luta, evitando descartar lixo ou objetivos que possam acumular água parada e virar criadouros do mosquito”, salientou Vânia Cristina.
Aedes aegypti do bem
O mosquito geneticamente modificado foi criado em Oxford, na Inglaterra, pela Oxitec. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia aprovou, no início de 2014, a liberação comercial do mosquito transgênico capaz de controlar a população de Aedes aegypti. A medida está sendo avaliada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas já mostrou resultados positivos em Piracicaba (SP), município que iniciou os testes com o mosquito do bem após a aprovação da CTNBio.
Antes da liberação da CTNBio, a Oxitec realizou ainda experimentos em outros dois municípios brasileiros, Juazeiro (BA) e Jacobina (BA), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e organização Moscamed. Nas duas cidades, houve uma diminuição de mais de 90% nos casos de dengue. A Oxitec garante ainda que os resultados positivos independem dos efeitos sazonais do clima.
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